Na visão gnóstica, especificamente da escola do mestre Samael Aun Weor, a magia sexual é vista como um caminho profundo de união entre o homem e a mulher, elevando-os a um estado criador em busca do sagrado. Esse conceito remonta às primeiras raças, que eram andrógenas, ou seja, seres completos em si. Quando um casal pratica o ritual de magia sexual de forma correta, sem transbordar o caduceu de Hermes, leia-se: desperdiçar a energia sexual, eles retornam a esse estado andrógino original, uma união perfeita em que os dois se completam em amor, espiritualidade e comunhão.
O “Matrimônio Perfeito”, obra gnóstica, não se trata de uma disputa de quem ama mais ou menos, mas sim de uma completude: uma das partes ama mais, enquanto a outra ama melhor. Nesse contexto, o amor é uma força que transcende a mera emoção, tornando-se uma ferramenta espiritual para a elevação das almas envolvidas.
Na prática correta da magia sexual, o caminho que a energia da serpente, também conhecida como Kundalini, percorre é essencial. No mago branco, essa energia sobe pela coluna vertebral, conduzindo à iluminação e à divindade, essa é a prática correta. Já no mago negro, leia-se a prática errada, essa mesma energia desce aos “infernos atômicos” do ser humano, levando à degeneração espiritual e a uma vida de devassidão sexual.
Segundo essa escola iniciática de pensamentos, o sexo é a chave para muitos dos mistérios do cosmos e também a origem dos conflitos entre deuses e demônios. O sêmen, ou a energia sexual contida nele, é descrito como o poder que move impérios e gera transformações profundas, tanto no mundo físico quanto no espiritual.
A mulher, no contexto da magia sexual, é vista como a sacerdotisa, uma companheira indispensável nesse caminho espiritual. A prática sexual deve ser realizada exclusivamente entre marido e mulher, pois, segundo a gnose, é essa união que permite a transmutação da energia sexual em poder espiritual.
Essa transubstanciação é um conceito que conecta a prática gnóstica ao catolicismo e cristianismo primitivo, mas com uma compreensão diferente: Cristo, para a gnose, não é uma pessoa, mas um estado de espírito que pode ser encarnado por aqueles que trilham o caminho iniciático. Assim, encarna-se o Cristo.
A energia sexual também está intimamente conectada aos chakras, centros de energia no corpo que estão relacionados tanto ao plano físico quanto ao plano astral. Ao trabalhar sobre a coluna vertebral e despertar a serpente de fogo, o praticante da magia sexual busca equilibrar essas energias e ascender espiritualmente.
A pedra filosofal, na gnose, é o sexo. O trabalho sobre o falismo, ou o simbolismo sexual, é central na alquimia interna e na busca pela imortalidade. No universo, o homem descobre a si mesmo e, ao se conhecer, ele compreende o universo. A fascinação e as ilusões do mundo material são vistas como grandes obstáculos nesse caminho, impedindo que o ser humano viva plenamente sua essência divina.
Assim, a magia sexual, na visão gnóstica, é um caminho de profunda transformação espiritual. É por meio dela que o ser humano pode transcender suas limitações, conquistar a imortalidade da alma e encontrar sua verdadeira essência divina.
Irmão Barbosa.
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