Reflexões sobre o Dhammapada
O caminho da sabedoria é aquele que reconhece a finitude humana e busca a reconciliação com suas próprias desavenças. Neste percurso, o homem sábio evita ser controlado pelas ilusões da vida; pois, aquele que segue impulsos luxuriosos torna-se escravo de suas paixões e afasta de si as pessoas que verdadeiramente importam.
As únicas certezas nessa vida são as impermanências da própria vida. Ninguém passa por aqui sem experienciar o ciclo do início (nascimento), o ciclo do caminho (vida adulta) e o ciclo da morte (passagem e desprendimento).
Irmão Barbosa.
Dominar os excessos é o caminho do homem correto. Ao vencer seus desejos, ele constrói não apenas um caminho de vida regrada, mas também templos para as virtudes e masmorras para os vícios. Esse homem torna-se o guardião de seu templo interior, munido da espada do discernimento, permitindo apenas a entrada de pensamentos benéficos e bloqueando os destrutivos.
Não é tão simples bloquear os pensamentos destrutivos. Retire-se do ambiente que é o causador; caso isso não seja possível, ataque-os com bons pensamentos, boas palavras e boas atitudes.
A mente, se negligenciada, conduz ao sofrimento. Atitudes impensadas geram arrependimentos no futuro, comprometendo a paz mental. Em contrapartida, praticar ações corretas proporciona tranquilidade ao recordar o passado, paz ao viver o presente e harmonia para o futuro.
O prêmio por evitar ilusões é uma mente em paz. Quem se entrega aos desejos materiais permanece escravo de suas paixões, enquanto aquele que vive de forma correta alcança a liberdade espiritual e rompe as correntes das ilusões.
Uma mente bem administrada torna-se um castelo de rochas, onde pensamentos destrutivos não encontram abrigo. Ser liberto dos prazeres mundanos é ser soberano deste castelo, onde reinamos em paz. A iluminação, portanto, é a libertação do sofrimento.
Buscar grandes realizações nos escraviza a expectativas e empreendimentos; é preferível viver com o essencial. Assim como uma parede precisa ser erguida com cuidado para que se mantenha sólida e reta, a mente exige vigilância constante para manter-se harmoniosa.
As ilusões devem ser combatidas com a espada da sabedoria, que nos guia pelo caminho do meio: nem à devassidão, nem ao ego. Este é o caminho da harmonia e do equilíbrio cósmico, a transcendência da dualidade.
Ao perdoar nossos ofensores, libertamo-nos de pensamentos de vingança, passo essencial rumo à iluminação. Fale pouco e pratique mais; este é o verdadeiro caminho para a transformação. Como a lótus, que cresce pura na lama, o virtuoso não se contamina com o meio.
Devemos buscar a companhia dos sábios e daqueles que vibram pela felicidade alheia. A serenidade diante de insultos revela sabedoria e verdadeira tolerância para com nossos irmãos. A alquimia espiritual reside em transmutar forças negativas, pois, tal como o fogo se apaga na ausência de combustível, o sofrimento cessa quando deixamos de alimentá-lo.
Artigo: Irmão Barbosa.
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Este Artigo faz parte do Livro de Toleran. O Livro do Tolerâncialismo.
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