Segundo o astrofísico João Steiner, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP, a Terra possui 4,5 bilhões de anos. Como ele afirma isso? A datação ocorre através do estudo de meteoritos que caem na Terra, utilizando métodos muito precisos da física nuclear.
Existe uma lista de notáveis, como Clair Cameron Patterson: geólogo e geoquímico americano, Ernest Rutherford: físico e químico neozelandês, e Arthur Holmes: geólogo britânico, que propuseram datas aproximadas e divergentes, embora nenhuma próxima da data da criação do universo.
Isso leva a comunidade científica a acreditar que a Terra e todo o sistema solar têm a mesma idade, conforme proposto. Praticamente todos os povos possuem uma explicação para a origem do universo, seja através da religião, sistemas filosóficos ou mitologias.
Aristóteles propunha a teoria do universo geocêntrico, ou seja, o universo centrado na Terra. Já o matemático e astrônomo polonês Nicolau Copérnico defendeu a teoria do heliocentrismo, que afirma que a Terra e outros planetas giram em torno do Sol.
Tudo apresentado até agora faz parte de uma estrutura muito maior chamada de galáxia. Nossa galáxia, a Via Láctea. Já o astrônomo estadunidense Edwin Hubble mostrou que a galáxia Andrômeda está a uma distância muito além da nossa galáxia. A Lei de Hubble afirma que todas as galáxias se afastam de nós com uma velocidade proporcional à sua distância.
O padre Georges Lemaître, que era astrônomo, cosmólogo, matemático e físico, criou a hipótese do átomo primordial, popularmente conhecida como Teoria do Big Bang. Essa teoria propõe a expansão violenta de uma partícula muito densa e quente, ocorrida aproximadamente 13,8 bilhões de anos atrás.
A radiação cósmica de fundo, relíquia do Big Bang, fala sobre a explosão que criou o universo e basicamente gerou dois elementos principais: hélio e hidrogênio. Outros elementos também se formaram posteriormente, mas é relevante lembrar que todos os elementos conhecidos hoje têm essa origem. O cálcio presente nos ossos, o oxigênio no corpo e o ferro no sangue estão presentes na formação das estrelas.
O grande mistério da física e da ciência em geral chama-se energia e matéria escura. Quando isso for compreendido, talvez todas as nossas teorias precisem ser reavaliadas.
A semente carrega dentro dela a futura árvore, que dará frutos e abrigará novas sementes. A grande pergunta é: qual foi a semente primordial? Qual foi a primeira causa?
Na Teoria do Big Bang, falamos em uma data aproximada de 13,8 bilhões de anos. Existem, contudo, teorias que sugerem que o universo é ainda mais antigo. Aristóteles falava do movedor imóvel: “Tudo o que se move é movido por algo. Esse algo move ao desejar ou atrair as coisas, mas permanece imóvel.”
Para Aristóteles, o motor imóvel é pura atualidade, sem nenhuma potencialidade, o que significa que ele é perfeito e completo em si mesmo. Ele é o ser supremo, que não necessita de nada além de sua própria existência e, portanto, serve como a causa incondicional de tudo o que existe. Aristóteles sugere que o motor imóvel é eterno e perfeito, movendo as coisas por ser desejado, mas sem precisar se mover. Essa ideia central destaca que tudo o que existe no universo está em uma cadeia de causa e efeito, mas essa cadeia precisa de um início: algo que mova sem ser movido.
A cosmologia quântica tenta auxiliar a física clássica a dar essas respostas. Por ora, a teoria do átomo primordial é a mais aceita pela comunidade científica. Se pensarmos que o Sol é a estrela mais próxima da Terra e responsável por manter todo o sistema solar, sabemos que, apesar de ser apenas uma estrela anã, há bilhões de estrelas só em nossa galáxia. O meio científico especula que existam entre 1 a 2 trilhões de galáxias no universo, embora seja impossível precisar esse número com exatidão. Tente imaginar por um momento a vastidão do nosso universo.
O ponto central é que a criação mencionada na gênese bíblica refere-se à criação da Terra, que, em tese, tem 4,5 bilhões de anos. Com base na suposta criação do universo pela teoria do átomo primordial, existe um espaço considerável para inúmeras teorias.
Comparando a Terra com o universo – ou ao menos com o universo observável –, podemos dizer, numa comparação simples, que a Terra seria equivalente a um grão de areia em relação a todos os grãos de areia das praias que conhecemos.
Talvez nosso criador seja um co-criador e não o grande pai de todos. Isso contradiz a gênese bíblica, mas essa dúvida é apenas uma pequena reflexão do Livro de Toleran. Respeitamos todos os livros sagrados e suas visões sobre a criação.
Agora uma pergunta final: se somos frutos de uma criação feita por um co-criador, a quem verdadeiramente estaríamos prestando culto?
Artigo: Irmão Barbosa.
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Este Artigo faz parte do Livro de Toleran. O Livro do Tolerâncialismo.
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