A grande sequência de perguntas: Deus existe? Se sim, quem criou o Criador, e quem criou o criador do Criador? Essas questões fundamentais têm instigado a humanidade desde os primórdios e continuam a ser um mistério que une ciência, filosofia e espiritualidade.
Segundo alguns cosmologistas, em todo processo físico, uma coisa sempre se origina de outra. O estado precedente é a causa de um estado subsequente, que é o seu efeito. Em outras palavras, há sempre uma lei física que descreve e regula esse processo.
O padre e PhD em Cosmologia Michael Heller ilustra esse pensamento. Ele argumenta que, para cada fenômeno, sempre há uma causa anterior. Mas então, no caso do universo, estaríamos falando de uma causa incausada, um princípio não nascido, sem início, meio ou fim — a matriz primordial de todas as coisas.
Do ponto de vista científico, o que muitos chamam de átomo primordial, ou aquilo que existia “antes de tudo”, é visto como o início do universo em algumas teorias científicas. Este ponto inicial, muitas vezes descrito como o Big Bang, teria dado origem a tudo o que existe.
O cosmologista americano Alan Guth contribui com outra visão sobre o pré-Universo. Segundo ele, antes do universo como o conhecemos, havia um ambiente em que partículas com cargas opostas se anulavam constantemente. Em algum momento, uma dessas partículas desestabilizou o sistema, criando uma “fagulha” que deu início a uma cadeia de eventos, culminando na formação do universo e de tudo o que existe nele.
Outras teorias sugerem que o universo possa ter surgido a partir do nada, ou do que chamamos de “falso vácuo”. Se imaginarmos o marco zero como um estado de inexistência, talvez o “nada absoluto” nunca tenha realmente existido. Em vez disso, pode ser que sempre tenha existido alguma forma de “algo”, mesmo que indetectável e invisível para nós até hoje.
Assim, o mistério da criação continua a ser explorado por teorias científicas e interpretações filosóficas e espirituais, unindo nossa compreensão sobre o universo e nossa busca por respostas sobre a essência de todas as coisas.
Se pensarmos que nós somos constituídos por órgãos, que são compostos por células, que contêm moléculas e, indo mais a fundo, essas moléculas contêm átomos, que são formados por prótons, nêutrons e elétrons, encontramos uma fascinante estrutura subjacente.
Os prótons são formados por partículas chamadas quarks, e, segundo a ciência, mais profundamente, esses quarks estão associados ao bóson de Higgs, que é uma partícula fundamental na física moderna, responsável por interagir com o campo de Higgs, dando massa a outras partículas. Esse é um dos conceitos que se aproxima do que é chamado de vácuo quântico.
Com um microscópio potente, podemos explorar essas estruturas em qualquer parte do corpo humano e perceber que, em um nível profundo, tudo o que constitui o mundo material está ligado ao campo quântico.
Para muitos, o vácuo quântico pode ser entendido como um princípio fundamental do universo, remetendo, de certa forma, ao conceito de Deus. Esse campo quântico, presente em toda parte, é o que muitos consideram onipresente, onisciente e onipotente. Para alguns, a ciência nomeia as infinitas possibilidades e inimagináveis combinações do universo como parte desse campo.
O bóson de Higgs, conforme a teoria, surge a partir de uma flutuação no vácuo quântico, manifestando-se como uma onda vibratória em uma determinada frequência. Essa frequência, ao se modificar, dá origem às partículas e à matéria que conhecemos. Quando essa frequência reduz, ocorre o que chamamos de condensação, onde os bósons de Higgs se aglomeram e dão origem aos quarks.
Os quarks se reúnem e formam os prótons, que, por sua vez, junto com nêutrons e elétrons, se organizam para criar átomos. Assim, átomos se reúnem para formar moléculas, e moléculas formam células. As células, por sua vez, organizam-se para criar órgãos, que, reunidos, dão origem ao ser humano e a todos os organismos vivos.
Tudo que é material, em sua origem, pode ser visto como uma onda vibrando em uma frequência específica. É essa frequência vibracional que, ao ser captada por nossos sentidos, dá a sensação de solidez e matéria no mundo ao nosso redor.
Basicamente, este processo trata de redução de frequência, organização e geração. No cerne da criação está a ideia de um princípio universal, uma consciência criadora que, por meio de um princípio organizador, manifesta a realidade a partir desse campo quântico de possibilidades infinitas.
Artigo: Irmão Barbosa.
Continuação do artigo, na próxima postagem, 1/7
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