O que é Bruxaria
O culto à ignorância estigmatizou essa prática. Quando falamos em bruxaria, pessoas menos esclarecidas geralmente demonstram medo e sentimentos negativos. A crendice popular condena qualquer pensamento que contenha essa palavra.
Bruxaria nada mais é do que uma filosofia de vida baseada no culto da natureza e no equilíbrio entre energias opostas, focando na conexão com a terra, nos ciclos da natureza e nas forças do universo.
Entender a polaridade envolvida no divino — a Deusa e o Deus — revela os polos de uma força maior, manifestada através dos arquétipos masculino e feminino.
A famosa regra | Faça o que quiser, contanto que não prejudique ninguém | apresenta a bruxaria como um caminho espiritual de autoconhecimento, harmonia e respeito à vida, e não como algo negativo ou sombrio.
Quem é a Deusa
A Deusa pode ter muitos nomes e faces, sendo representada por diversas divindades e culturas antigas, como Ártemis, Ísis e Astarte. Ela é a fonte de criação e nutrição, conectada à terra e a todos os seres vivos, sendo adorada como uma força amorosa e poderosa que está presente na natureza e em cada ser humano.
Na tradição wiccana, a Deusa é frequentemente acompanhada pelo Deus Cornífero, simbolizando o equilíbrio entre o feminino e o masculino, um conceito essencial na prática da bruxaria.
Feitiços, Magias e a Ética
Essa prática consiste na manipulação de energias naturais para alcançar algum objetivo. Ao trabalhar com as leis da natureza, é essencial entender os efeitos da lei tríplice: o que você fizer retornará a você três vezes. Pense bem antes de fazer mal a alguém; faça o bem e veja os resultados.
A Bruxaria é do Bem ou do Mal?
Imagine-se com um punhal em mãos: o que você faria com ele? Qualquer arma pode ser usada para autodefesa ou para praticar maldades. O mesmo ocorre com a bruxaria: o bem ou o mal não estão na prática, mas em quem a utiliza.
Uma informação pode ajudar ou prejudicar alguém, e o mesmo vale para a bruxaria, o cristianismo, o judaísmo, o islamismo, as religiões de matriz africana ou qualquer crença. A boa prática de bruxaria envolve autoconhecimento, respeito, compaixão, equilíbrio e elevada espiritualidade.
Quais são os Rituais
Os rituais são os Sabás e os Esbás, que celebram os ciclos naturais e as fases da Lua.
Sabás: Festivais sazonais que celebram o ciclo solar e as estações. Os oito Sabás são:
- Samhain: 31 de outubro – marca o fim do ano wiccano e conecta com a ancestralidade.
- Yule: Solstício de Inverno, em dezembro – celebra o nascimento do Deus e o retorno da luz.
- Imbolc: 1º de fevereiro – celebra a purificação e o fim do inverno, dedicado à Deusa.
- Ostara: Equinócio de Primavera, em março – simboliza equilíbrio e renascimento.
- Beltane: 1º de maio – festival de fertilidade e união do Deus e da Deusa.
- Litha: Solstício de Verão, em junho – auge da força do Sol e celebração de abundância.
- Lammas ou Lughnasadh: 1º de agosto – celebra a primeira colheita e o sacrifício do Deus.
- Mabon: Equinócio de Outono, em setembro – segundo festival da colheita, com gratidão e equilíbrio.
Esbás: Rituais realizados nas fases da Lua, especialmente na Lua Cheia, celebrando a Deusa e representando o crescimento, plenitude e declínio.
Culto Pagão?
O termo pagão é usado para descrever religiões pré-cristãs, especialmente aquelas que adoravam múltiplas divindades ou forças da natureza. A Igreja, ao longo da história, viu a bruxaria como ameaça, pois envolvia elementos espirituais fora do cristianismo.
A grosso modo, tudo que a Igreja não podia controlar virou um problema, levando à caça às bruxas.
Quem Eram as Bruxas
Eram mulheres com profundo conhecimento medicinal e espiritual das plantas, curandeiras, parteiras, ou pessoas com dons de cura e manipulação correta das energias da natureza. A Igreja não aceitava concorrência e buscou eliminar práticas espirituais que não pudesse controlar, vendo a bruxaria como uma ameaça ao seu poder.
Associaram a figura da bruxa ao diabo, demonizando práticas de cura inexplicáveis e preferindo enviá-las à fogueira. Qualquer mulher independente ou com conhecimentos especiais tornava-se alvo da Inquisição.
O culto à ignorância foi amplamente usado contra essas mulheres, mantendo a grande máquina religiosa e expandindo o império.
Artigo: Irmão Barbosa.
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Este Artigo faz parte do Livro de Toleran. O Livro do Tolerâncialismo.
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