A realidade do sofrimento. O sofrimento pode ter causas internas ou externas. As internas estão ligadas aos sentimentos e sensações, como ciúme, estresse, depressão, ansiedade, dentre tantos outros. Já as causas externas incluem problemas como a morte de algum familiar ou pessoa próxima, decepções no local de trabalho, e outros fatores externos em geral. Esses problemas nunca deixarão de existir, pois fazem parte do cotidiano do nosso ecossistema. Ou seja, o sofrimento é inevitável segundo a ótica de Buda.
A segunda nobre verdade
Todo sofrimento tem uma causa. Segundo os escritos da filosofia budista, o sofrimento é causado pelo apego que temos às coisas, leia-se o sentimento de posse.
Procuramos em coisas e objetos a felicidade que preencha o nosso vazio. Ao alcançarmos nosso objetivo, aparentemente o vazio seria preenchido, mas logo após a conquista do objeto desejado, a sensação de vazio retorna, e novamente começa a busca por um novo objeto.
A longevidade do nosso sofrimento se dá por perseguirmos coisas que não são verdadeiras. Buda explica que os desejos constantes formam ciclos intermináveis de sofrimento.
Toda insatisfação gera um desejo, e logo em seguida iniciamos a luta pela realização desse desejo. Ao realizarmos esse breve objetivo, obtemos uma satisfação momentânea que logo passa, e novamente o ciclo se repete.
Em resumo, os próprios desejos nos fazem voltar à insatisfação.
A terceira nobre verdade
A terceira nobre verdade fala sobre como acabar com o sofrimento. Esses ensinamentos nos dizem que, para nos livrarmos do sofrimento, é necessária a libertação dos desejos.
Ao termos desejos, estamos perseguindo coisas transitórias, que são apenas ilusões momentâneas, que sempre vão retroalimentar o sofrimento, formando um círculo que nunca acaba.
A quarta nobre verdade
Fala sobre um caminho que visa cessar o sofrimento. Seria o nobre caminho óctuplo, um caminho que possui oito aspectos, popularmente conhecido como o caminho do meio.
Este caminho visa a busca pelo equilíbrio e instrui a evitar os extremos, tendo por objetivo atingir a iluminação, ou seja, o Nirvana. Os aspectos do caminho são os seguintes:
- Compreensão correta
- Pensamento correto
- Fala correta
- Ação correta
- Meio de vida correto
- Esforço correto
- Atenção correta
- Concentração correta
Aspectos estes que serão tema para um próximo trabalho. Se analisarmos essa visão, ela se resume à impermanência de todas as coisas. Exemplo: hoje estamos todos aqui, amanhã não estaremos mais.
As quatro nobres verdades de Sidarta Gautama. Vale a pena perdermos nosso tempo com brigas, mágoas e egos inflados? Se há algo certo na visão budista, essa coisa é a impermanência de todas as coisas. Maravilhosos irmãos estiveram aqui conosco neste plano; onde estão eles hoje?
Há pouco tempo, tínhamos em nosso convívio pessoas maravilhosas. Hoje, restam apenas as suas lembranças. Essa é a impermanência das coisas de que fala o budismo: hoje estamos aqui, amanhã, apenas fotos e fatos, e depois nem isso.
Me arrependo da palavra rude que talvez tenha dito para algum irmão, da ajuda que pude prestar e não prestei, do abraço que neguei aos meus fraternos, pois, por algum motivo idiota, eu estava triste com algum deles. Sinceramente, só quem perde é quem não beija e não abraça.
Quantas vezes tive a oportunidade de expressar o meu amor, olhando no fundo dos olhos do meu irmão, e dizer a ele: Irmão, eu gosto de você de graça. Essa declaração com certeza alegraria o dia de meu fraterno, e esse momento se eternizaria em nossas lembranças. E quando chegassem os maus dias da impermanência, em que o contato físico não seria mais possível, a lembrança desse momento seria recordada com carinho.
Buda dizia que a busca pela felicidade leva as pessoas ao caminho errado. Muitas vezes, desejamos as coisas na falsa esperança de conseguir a satisfação plena. Por um momento, pensamos assim: “se eu conseguir isso, minha vida vai ser melhor”. E empenhamos todo o nosso esforço para conseguir aquilo. Tanto sacrifício acaba gerando sofrimento, e, quando conseguimos aquilo que queríamos, chegamos à conclusão de que aquilo só nos deu uma satisfação temporária e não resolveu as coisas como queríamos.
Aí, novamente procuramos algo para tentar preencher nossa insatisfação, repetindo o ciclo que nunca se acaba, e o sofrimento também não.
Todos os ciclos vão terminar. A única coisa certa é que não estaremos aqui no próximo ciclo. Tudo passará. Portanto, abrace o teu irmão agora, pois a única certeza da vida é a impermanência das coisas.
Artigo: Irmão Barbosa.
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