Zoroastro e o Zoroastrismo
Não existe um consenso em torno do período em que Zoroastro viveu. Os acadêmicos situam sua vida entre 1750 e 1000 a.C. Sobre sua vida, existem poucos dados precisos, sendo as lacunas preenchidas por lendas. Seu nome original era Zaratustra, sendo que a forma grega de seu nome – Zoroastro – significa “adorador dos astros”. De acordo com a tradição, Zoroastro nasceu em uma pequena vila nas estepes da Ásia Central, numa região do Irã, nas proximidades do Mar de Aral.
Segundo a tradição, Zoroastro teria rido ao nascer, o que fez um sacerdote local suspeitar de que algo estava errado. Esse sacerdote considerou o riso um mau presságio e tentou convencer o pai de Zoroastro a matá-lo. Depois de falhar, o sacerdote tentou matar Zoroastro de diversas formas, incluindo fogo, manadas de cavalos e feras selvagens. Mas, conforme a lenda, Zoroastro saiu ileso de todas as tentativas, humilhando o sacerdote, que acabou sendo exilado.
Aos 30 anos de idade, Zoroastro teria recebido uma revelação divina, iniciando então sua missão profética. Dentre suas contribuições para a cultura e religião, podemos citar a fundação da primeira religião monoteísta documentada, a introdução do conceito de paraíso e inferno e a promessa de um Messias. Suas doutrinas influenciaram significativamente o Cristianismo, o Judaísmo e o Islamismo.
Os principais escritos sagrados do zoroastrismo incluem:
- Zend-Avesta: livro que contém orações, hinos, rituais e instruções. Condena práticas mágicas e valoriza o compromisso com a verdade e o amor ao próximo, essenciais para alcançar a vida eterna no paraíso.
- Gathas: uma coleção de 17 hinos atribuídos a Zoroastro, que constituem o núcleo do Zend-Avesta.
- Literatura Pahlavi: importante contribuição para a preservação e desenvolvimento da doutrina zoroastrista.
O conceito de livre-arbítrio:
O zoroastrismo dá elevada importância ao livre-arbítrio. Ahura Mazda não impõe o bem ou o mal; as pessoas escolhem seu caminho e são responsáveis pelas consequências de suas ações.
Os magos persas:
Os sacerdotes do Zoroastrismo eram conhecidos como magos e eram respeitados por seu conhecimento espiritual e astrológico. O termo “mago” vem desses antigos sacerdotes e representa sabedoria e conhecimento místico.
Zoroastrismo moderno:
Apesar de sua grande antiguidade, o zoroastrismo ainda se adapta aos tempos modernos. Comunidades zoroastristas na Índia e no Irã realizam encontros e se engajam em práticas sociais para manter a religião viva entre as novas gerações. No Brasil, existe uma página no Facebook chamada de: Irmandade Zoroastriana Brasil, uma pequena célula da velha religião aqui no país.
O Zurvanismo: A Vertente do Zoroastrismo
É uma corrente do Zoroastrismo que introduz a ideia de Zurvan (Tempo Infinito) como divindade primordial, pai de Ahura Mazda (bem) e Angra Mainyu (mal). Enquanto o zoroastrismo tradicional é totalmente dualista, tendo o bem e o mal como forças opostas e independentes, o zurvanismo sugere um monismo, onde ambos os espíritos são filhos de Zurvan, originando-se de um único princípio. Surgido no Império Sassânida, o zurvanismo foi considerado herético pelos zoroastristas ortodoxos e teve influência limitada. A relação entre os dois mostra a diversidade de interpretações teológicas dentro do zoroastrismo.
O lema central do zoroastrismo:
“Bons pensamentos, boas palavras e boas ações”. No zoroastrismo, o fogo é um símbolo de pureza espiritual, e os zoroastristas o utilizam em seus rituais religiosos como representação da luz divina. Zoroastro pregava que o bem e o mal residem na mente humana e que cabe a cada pessoa fazer sua própria escolha. Ele morreu aos 77 anos, assassinado por um sacerdote de uma religião rival, mas seu legado perdura até hoje.
Artigo: Irmão Barbosa.
Artigo publicado na revista: A Verdade da Glesp, Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo.
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Este Artigo faz parte do Livro de Toleran. O Livro do Tolerâncialismo.
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