Diálogo Inter-religioso no Tolerâncialismo
Precisamos começar a evoluir e ter o entendimento de que pensar diferente não nos torna inimigos. Os opostos e os contrários devem servir para nosso aprendizado, e não para o confronto.
Com exceção dos extremistas, todas as opiniões e crenças religiosas podem ser reconciliadas, não em uma reconciliação onde uma ideia se sobreponha a outra, mas em um diálogo onde ambas as partes se respeitem.
O verdadeiro diálogo inter-religioso deve aproximar as pessoas. As bases do Tolerâncialismo são centradas primeiramente na pessoa do religioso. Primeiro, perguntamos do que nosso irmão está precisando, antes de perguntar no que ele acredita.
A construção de conhecimento vem através do diálogo, onde possamos conhecer as crenças de nossos irmãos, mesmo que sejam antagônicas às nossas. E, mesmo que as nossas sejam antagônicas às deles, o que realmente importará é a figura humana, a irmandade entre as pessoas, a troca de ideias e, principalmente, o respeito mútuo.
Quando saímos para jantar com os amigos, cada um tem sua preferência no cardápio. Alguns estarão mais interessados na comida do que na companhia, mas pensamos que jantar é a segunda opção. A confraternização e a celebração da amizade são o prato principal.
Quem vai a um churrasco apenas para comer carne perde o melhor: o ato de confraternizar. Comer carne você poderia fazer em sua casa. A magia do churrasco está na celebração com os amigos, nas histórias, nas trocas de experiências e nas conversas descontraídas. Por que o mesmo princípio não é aplicado em um diálogo inter-religioso?
As supremacias religiosas devem dar lugar às trocas de vivências. Visitas entre diferentes casas, um convite para saber o que acontece por detrás da porta de cada religião — isso sim é diálogo inter-religioso. Aprender sobre as crenças de nossos irmãos, visitando seus locais de prática, enriquece a todos.
Com certeza, teremos duas opiniões após isso ser feito: a primeira antes de bater na porta e a segunda após entrar e conhecer o que não conhecíamos. Apenas a experimentação pode nos revelar o que há atrás da porta. Só formaremos nossa opinião quando tivermos coragem de ir adiante, quem sabe até rever nosso conjunto particular de crenças.
A liberdade de ir e vir onde e como quisermos é o ensinamento dessa escola chamada Tolerâncialismo. Ficamos porque gostamos, e não por medo. Voltamos porque nos sentimos especiais naquele lugar, e não por ameaças. Os praticantes de nossa filosofia são livres: podem ir onde quiserem, concordar total ou parcialmente e até discordar de tudo o que dizemos, sem jamais serem criticados.
Somos livres pensadores. Temos o direito de discordar, rever nossos conceitos, incorporar novos elementos ao nosso conjunto de crenças e, principalmente, respeitar nossos irmãos em tudo o que eles acreditam.
Aqueles que se encontram em seu atual sistema de crença são amplamente respeitados por nós. É uma alegria para essa escola ver uma pessoa bem resolvida. Jamais tentaremos doutrinar ninguém para que acredite em nossas ideias, assim como também temos o direito de não aceitar que isso seja feito conosco.
Os escritos do livro de Toleran têm como objetivo maior a amizade entre as pessoas, acima até de nosso próprio conjunto de crenças. As verdadeiras amizades pensam na felicidade de seus semelhantes. O véu da religião jamais deve impedir amigos, amores e a fraternidade entre os irmãos deste planeta.
Artigo: Irmão Barbosa.
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Este Artigo faz parte do Livro de Toleran. O Livro do Tolerâncialismo.
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