Contato zero: o segredo da paz.
Certa vez, um sábio estoico disse: “Quanta tranquilidade ganha aquele que não olha o que o seu vizinho faz ou pensa.”
Quantos demônios nos assolam por conta dos comportamentos alheios, dos quais não temos nenhum controle? Quantas vezes somos torturados por nossa mente, por situações que, na realidade, só existem em nossa cabeça?
Não devemos nos preocupar com aquilo que não podemos controlar. Imagine que você terminou um relacionamento e, a toda hora, fica entrando no perfil da pessoa para saber o que ela está fazendo. Isso pode ser uma tortura. Sua observação não mudará a conduta da pessoa espionada. Ela fará o que bem entender.
Aí entra o contato zero: abandonar as olhadas no perfil, não querer saber mais informações, eliminar qualquer tipo de contato e deixar de buscar saber qualquer coisa sobre essa pessoa. Isso é sabedoria. Com base nela, você segue a sua vida e deixa de viver a vida dos outros.
O que se passou já foi. Verdadeiramente, se fosse bom, estaria ao seu lado. Lembranças desse tipo só servem para atormentar sua mente. Não se prenda a elas. Elas apenas vão lhe fazer mal. Talvez você diga: “Mas tem uma história.” Sim, mas todas as histórias têm um final. Tudo nessa vida é cíclico. Se acabou, entenda de uma vez por todas: toda destruição é o princípio de uma nova construção.
Shiva, o destruidor, nos ensina que destruir não é algo ruim. Você precisa ter a casa velha destruída para que uma nova possa ser construída. Um ciclo de dor e sofrimento precisa ser finalizado para que um ciclo de alegria possa nascer em sua vida.
Tudo o que tira a sua paz deve ser arrancado imediatamente do seu convívio. A vida deve ser leve, bem fluida e vivida com alegria. Em palavras simples: você deve ter vontade de voltar para casa. A maioria de nós está num ciclo de repetição, onde a mecanicidade se apoderou do indivíduo, de forma que ele faz as coisas de maneira repetitiva, sem se dar conta, sem emoções ou sentimentos bons. Desde quando acorda e vai escovar os dentes, até a hora de escová-los novamente para dormir, tudo é feito de maneira mecânica.
A vida é muito mais do que ser um robô. Mesmo os imprevistos negativos — as pedras no caminho da sua existência — devem ocorrer, mas não de forma mecânica. Eles devem ser resultados de tentativas e erros para se alcançar uma vida feliz.
Quantas pessoas estão aprisionadas na Matrix, desde o nascimento até o último suspiro em um leito de hospital, vivendo de maneira repetitiva, como um algoritmo sem vida, programado para fazer aquilo e nada mais?
Às vezes, nos acostumamos a viver situações tristes e calamitosas pelo simples fato de achar que a vida é assim. Mas, não, meu amigo e minha amiga. A vida pode ser diferente desde que você seja o condutor. Deixe de viver a vida dos outros e viva a sua. Faça coisas fora do script que escreveram para você.
No filme da sua existência, seja o diretor, escrevendo os papéis mais importantes. Suas ações devem ser leves e fluidas. A calmaria deve habitar o campo dos seus pensamentos. Expectativas altas sempre geram sofrimento. Evite expectativas altas para viver uma vida tranquila.
Arcar com muitas responsabilidades leva embora seu ativo mais precioso: o tempo, que você gasta resolvendo os problemas que você mesmo criou.
Não caia nas armadilhas do sucesso. A sociedade mostra um modelo de sucesso que cobra o preço da excelência, e a excelência pode cobrar caro, até mesmo sua alma. Todo ser humano possui apenas um par de glúteos, então por que ter uma coleção de carros? Será que você conseguirá sentar em todos?
Conheço amigos com coleções de relógios. Alguns têm mais de 30! Fiz um pequeno estudo e percebi que isso comprometia suas rendas financeiras. Para que tantos relógios, se possuem apenas dois braços e normalmente usam apenas um deles?
Ter muitos imóveis e trabalhar uma vida inteira para consegui-los vale a pena, considerando a brevidade da nossa existência? Se for para gerar uma renda que proporciona liberdade, tudo bem. O problema é que o ser humano não percebe sua finitude e está sempre querendo mais e mais.
Todos os tesouros conquistados neste plano terreno, um dia, pertencerão a outras pessoas. O mais irônico disso tudo é que elas não precisarão derramar uma única gota de suor para ter tudo aquilo que você deixou.
Vingança nunca é um sentimento bom, mas a melhor forma de se vingar de uma pessoa que te fez muito mal é ser feliz e praticar o contato zero.
Não queira saber nada do que a pessoa faz. Gaste seu tempo apenas vivendo sua vida e sendo feliz. Não se importe com a opinião do que a pessoa pensa ou deixa de pensar.
Praticando o contato zero, você vai se libertar para uma nova vida. Sofrer pelo passado que te maltratou é uma forma de desinteligência. Perdoe os erros cometidos contra você e siga seu caminho com novas experiências, novos sabores. Se um dia bater uma lembrança e você ficar triste, olhe para quem você está se tornando e compare com quem você era na fase do sofrimento.
Tenha coragem de mudar a sua história, onde a calmaria e ter uma vida feliz sejam os únicos objetivos a serem perseguidos.
Artigo: Irmão Barbosa
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Este Artigo faz parte do Livro de Toleran. O Livro do Tolerâncialismo.
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