Crença X Não Crença: O Axioma da Reconciliação
Crença X Não crença: o axioma da reconciliação, arquivado. Ser ateu é crer em uma não crença. O ateísmo nega, de forma categórica, algo contra o qual ele mesmo não tem provas. O que o faz, então, diferente de um religioso?
Um ateu e um religioso, ambos não explicam suas crenças e não crenças.
Negando-se a existência de Deus por meio da metodologia científica, a ciência não mata Deus, simplesmente o explica.
O axioma da reconciliação prova que um ateu crê em Deus. Vejamos:
O ateu diz: “Não acredito em Deus, mas acredito na ciência e em suas leis.” Notemos aqui a resolução do problema: um religioso vê o globo terrestre girando no vazio e diz que isso é possível pela existência de Deus. O ateu dirá: “isso é a lei da gravitação, seu idiota”.
Ambos acreditam no mesmo princípio. O religioso chama esse princípio de Deus, e o ateu o chama de ciência. Ambos creem em Deus, mas o chamam por nomes diferentes.
Baruch Spinoza acreditava que entender as leis da ciência era o mesmo que entender a Deus. Partindo desse pensamento, entendo que ateus e religiosos creem no mesmo princípio, mas o nomeiam de formas diferentes.
Acreditam que ambos são antagônicos, mas não são. Vejamos:
Ciência é aquilo que é observado e reproduzido por meio de experimentos. Por ora, a origem da vida não pode ser observada nem reproduzida em nenhum laboratório ou em qualquer outro lugar.
Se colocarmos dois cientistas experientes, um ateu e outro teísta, eles podem contrapor suas teses por dias, semanas ou meses. Porém, a única coisa certa é que nenhum deles consegue provar, com provas científicas, que Deus existe ou que Deus não existe, ou como a vida se originou no planeta aplicando o método científico.
Ninguém consegue provar a evolução cientificamente, assim como ninguém pode provar que Deus criou tudo o que existe.
Tanto a ciência quanto a fé não podem provar o princípio primordial, chamem-no como quiserem: Big Bang ou “haja luz”. No momento em que isso aconteceu, ninguém estava lá para presenciar ou provar através de qualquer metodologia.
Os dois lados devem ser considerados para que as pessoas possam decidir em que acreditar. Embora a crença de que, ao entender a ciência, podemos começar a entender a Deus, pareça a resposta mais sensata para mediar este conflito.
Sobre Deus, infelizmente só podemos apresentar nossas teorias. Não importa de que lado você esteja, só temos especulações.
Como entender que um universo se inicia sem matéria, sem tempo, sem energia e sem espaço? E, do nada, aparece um átomo primordial? Isso só nos leva a acreditar que houve a intervenção de um princípio criador, que adicionou o que era necessário para o início da criação. Leia-se: designer, arquiteto ou princípio inteligente.
Outra questão interessante é o tema matéria e antimatéria. Quando essas duas partículas se encontram, ocorre um fenômeno chamado aniquilação. O que impede isso de acontecer? Seria o princípio da ordem contra o caos?
Sendo a ciência a arte de escolher a melhor teoria, entender essas leis é entender o princípio criador arquiteto. É aí que cada um pode dar o nome que achar mais adequado.
Artigo: Irmão Barbosa
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Este Artigo faz parte do Livro de Toleran. O Livro do Tolerâncialismo.
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