Sagrada Dualidade
No contraste do claro e do escuro, surge o perfeito equilíbrio do universo. A luz é a busca que ilumina o caminho, enquanto a escuridão é o véu do mistério.
O bem e o mal coexistem harmoniosamente, como em uma obra de Caravaggio, onde sombras e luzes dão vida a um belo e magnífico cenário.
Cada traço é um ciclo de nossa existência: entre o oculto e o sagrado descortinado, o véu das sombras segue sendo lentamente revelado. O espírito caminha sedento pela busca, transitando entre luzes e sombras.
Na união dos opostos reside o segredo da criação. Da harmonização da dualidade emerge a supradualidade, que é o domínio da ordem sobre o caos.
A luz, sem a participação da escuridão, seria cega; a escuridão, sem a luz, seria triste e vazia. Dessa união nasce a dança sagrada, que forma o ciclo incessante da existência, o pulsar do cosmos.
O sagrado habita no útero da natureza, engendrado pela supradualidade: uma manifestação aparente, um jogo cósmico que revela o todo através da ilusão da fragmentação.
Cada aspecto de nossa existência, seja luminoso ou sombrio, é uma peça indispensável no quebra-cabeça da eternidade.
A fé é formada no abismo da dúvida, ao passo que a descrença é filha de quem um dia teve excessiva confiança.
Ao compreendermos a magia da luz e da escuridão, transcendemos o medo da perda, dos lapsos temporais da separação terrena, daqueles que verdadeiramente amamos e que nos encontrarão, independente de que tempo seja.
Equilíbrio sagrado, essência divina, onde tudo se perde e, ao mesmo tempo, se alinha.
Sagrada dualidade, me dissolvo em ti para que, de hoje em diante, sejamos apenas um.
Artigo: Irmão Barbosa
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