E o mestre respondeu:
— Outros? Os outros não existem!O aprendiz logo retrucou:
— Mas como assim, mestre? Que egoísmo é esse? Como assim não existem os outros?
E o mestre respondeu ao seu aprendiz:
— Na verdade, o egoísmo é seu. Quando digo que os outros não existem, é por um simples motivo: não existem os outros, existe o nós!
Quando entendemos que não existe o outro, e sim o nós, estamos mais próximos do real entendimento iniciático desses ensinamentos. Quando a dor que dói em nossos irmãos começar a doer em nós, começaremos a entender a profundidade desse ensinamento. Fora disso, são apenas palavras: letras mortas que não servem para nada.
O real entendimento se dará pelo conhecimento iniciático, onde o entendimento acontece pelo sentimento e não pela mera reprodução das palavras.
O que temos acompanhado é muito diferente: líderes com uma oratória impecável, porém desprovidos de qualquer tipo de sentimento real. O povo precisa de pão para o corpo e alimento para a alma, e não que tirem o pouco que possuem em troca de promessas infundadas que nunca se concretizam. A exploração da fé como moeda de troca é evidente: troca-se dinheiro físico por promessas vazias. Esses são os mercadores do templo que Jesus chicoteou.
A caridade tem sido feita como autopromoção, com o intuito maior de divulgar quem a realiza, em vez de ajudar quem realmente necessita. Palavras sem sentimentos são apenas manifestações egoicas de pessoas que não se importam com nada além de seus próprios benefícios.
Amar ao próximo como a ti mesmo também traz outra reflexão: quando se diz como a ti mesmo, entende-se que o verdadeiro amor não admite desrespeito, traições e conchavos.
Primeiramente, ame-se e cuide dos seus três templos: o físico, o mental e o espiritual. Quando estamos bem cuidados, a calmaria estará presente. Como eu poderia amar o próximo como a mim mesmo, se estiver arruinado por dentro, me autodestruindo e sendo infeliz?
A partir desse autocuidado, estando bem, feliz e com os três templos em ordem, o amar ao próximo toma formas grandiosas. Não podemos partilhar com nossos irmãos aquilo que não temos. Cuide-se, ame-se, esteja bem e, assim, conseguirá seguir muito melhor esse ensinamento.
Artigo: Irmão Barbosa.
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Este Artigo faz parte do Livro de Toleran. O Livro do Tolerâncialismo.
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