A Ilusão do Patrimônio
Chega uma hora em nossas vidas em que olhamos para trás e contemplamos a obra, na falsa ilusão de que temos um patrimônio construído.
Propriedades, carros, dinheiro, enfim, todo tipo de bens materiais. Somos uma espécie de acumuladores de tijolo, ferro e cimento, matéria que não nos acompanhará no campo espiritual.
Todo patrimônio constituído pertencerá a pessoas que sequer fizeram algo para merecê-lo. Com toda certeza, por não saberem o preço que custou, na grande maioria das vezes não saberão administrá-lo.
Essa é a falsa ilusão do patrimônio: achar que somos donos de algo, quando, na verdade, tudo isso apenas nos foi emprestado.
A casa que você mora será habitada por outras pessoas, seu carro será pilotado por outro alguém, a empresa que você dirigia será comandada por outros, suas roupas serão doadas ou mesmo descartadas.
Me responda sinceramente: depois da sua morte, o que realmente é seu? Tudo do campo material pertencerá a outras pessoas que, assim como você, terão um sentimento de posse em relação a essas coisas, sem realmente saber a grande verdade da vida: tudo está apenas emprestado temporariamente.
Um contrato de aluguel com a vida, onde você tem que trabalhar para sustentar os tesouros de guerra.
Uma questão tem me feito refletir muito: que tipo de patrimônio eu quero conquistar?
Dinheiro, propriedades, veículos ou boas memórias? Os lugares que conheci e as experiências que tive nesses locais são bens que ninguém poderá tirar de mim, pois estarão gravados em meu espírito.
Tudo fora disso é apenas vaidade e orgulho de um estado egoico e doentio. Se hoje pedirem sua alma e você abandonar o campo da matéria rumo ao plano desconhecido, o que realmente levará para o outro lado, caso ele exista?Brigas com a família? Ressentimentos de uma vida mal vivida? Tristeza, rancor, ódio?
E se esses sentimentos lhe acompanhassem em uma possível vida após essa, esse peso seria bom ou ruim como sua companhia?
Agora imagine que uma nova vida existisse. Você teria lembranças dos lugares por onde passou, da felicidade que viveu ao lado das pessoas que amava, dos bons e inesquecíveis momentos que compartilhou com os seus. Essa experiência seria boa ou ruim?
É sobre isso que estou falando. Que tipo de memórias você quer ter do outro lado? Do patrimônio material que construiu e ficou aqui na Terra? Ou de tudo que proporcionou para aqueles que estavam à sua volta?
- Artigo: Irmão Barbosa.
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