O Cristianismo e as Teorias da Conspiração
A condenação da Maçonaria pela Igreja Católica:
A bula papal In Eminenti Apostolatus Specula, promulgada pelo Papa Clemente XII em 1738, foi a primeira condenação oficial da Igreja Católica contra a Maçonaria. Esse documento proibia os católicos de participarem da organização e estabelecia a excomunhão automática para aqueles que se tornassem maçons.
Ao longo dos séculos, outros papas reforçaram essa condenação, incluindo Leão XII, Pio IX e Leão XIII, que acusavam a Maçonaria de promover o relativismo religioso, o racionalismo e o laicismo, valores considerados contrários à fé cristã. O Código de Direito Canônico de 1917 reafirmou a excomunhão dos maçons e, embora o Código de 1983 não mencione explicitamente a Maçonaria, os Papas João Paulo II e Bento XVI (Joseph Ratzinger) reiteraram que a organização é incompatível com a fé católica.
As teorias da conspiração no Cristianismo Protestante
No meio protestante, diversas teorias conspiratórias circulam entre fiéis e líderes religiosos. Entre as mais conhecidas, destacam-se:
- Nova Ordem Mundial – Suposto plano secreto para estabelecer um governo global anticristão.
- Chip da Marca da Besta (666) – A ideia de que microchips ou vacinas estariam sendo usados para controle mundial.
- COVID-19 como teste para o controle global – A teoria de que a pandemia teria sido um ensaio para a implementação da Nova Ordem Mundial.
- O movimento ecumênico como engano – Afirmação de que a união entre diferentes religiões seria uma estratégia para criar uma única religião falsa, liderada pelo Anticristo.
- Inteligência Artificial (IA) como substituta de Deus – Alguns pastores acreditam que a IA estaria sendo usada para criar uma consciência global controlada pelo Anticristo.
- O projeto Neuralink como prelúdio do chip da Marca da Besta – A crença de que a tecnologia de Elon Musk seria um passo para a implementação do controle total sobre a humanidade.
Crendices populares no meio cristão
Algumas crenças infundadas sobre a Maçonaria são frequentemente disseminadas, como:
- Todo maçom seria rico porque faria pactos de magia negra para obter prosperidade.
- Maçons beberiam sangue de crianças em rituais secretos.
- Pactos com o diabo envolveriam o sacrifício de animais, especialmente bodes.
A grande questão é: como essas pessoas podem afirmar tudo isso se nunca participaram de uma única reunião maçônica? A maioria sequer pisou em um templo maçônico. Como falar sobre algo que nunca viveram?
A teoria da conspiração reversa
A Maçonaria busca a verdade, separando crendices populares da realidade dos fatos. Seus ensinamentos pregam a liberdade de culto e o contato com diversas tradições religiosas.
Curiosamente, há rumores de que muitos líderes cristãos seriam maçons. Se analisarmos a arquitetura de templos da Igreja Universal do Reino de Deus, por exemplo, encontramos elementos que alguns associam à Maçonaria, embora a igreja negue qualquer relação:
- Colunas imponentes – Lembram as colunas maçônicas Jachin e Boaz, mas, segundo a igreja, são inspiradas no Templo de Salomão.
- Triângulos e pirâmides – Elementos geométricos comuns na arquitetura religiosa.
- Portais grandiosos – Entradas monumentais semelhantes às de templos antigos.
- Iluminação e detalhes dourados – Simbolizam luz e conhecimento, mas também são elementos decorativos comuns, segundo eles.
- Simetria arquitetônica – Presente tanto na Maçonaria quanto na arquitetura clássica.
Além disso, há especulações de que líderes da Igreja Batista, Metodista e de outras denominações cristãs seriam maçons. Se considerarmos a lógica de uma “teoria da conspiração reversa”, será que esses líderes se apropriaram do mau uso desse conhecimento maçônico para manipular seus fiéis?
Quem controla o conhecimento, controla as massas. Enquanto a maioria das pessoas segue na ignorância e no fanatismo religioso, os dirigentes, dotados de maior entendimento, desfrutam de privilégios.
E se, na verdade, esses líderes não quisessem que o povo tivesse acesso ao conhecimento? Manter os fiéis na ignorância facilitaria a manipulação. Talvez essa seja a verdadeira razão pela qual se fala tão mal da Maçonaria. Afinal, como garantir o controle sobre as pessoas se elas tiverem acesso à verdadeira luz?
Muitas das acusações feitas contra a Maçonaria parecem ter um único propósito: impedir que a grande massa tenha acesso ao conhecimento, mantendo o poder concentrado nas mãos de poucos líderes religiosos.
Seria necessário ouvir a opinião de um cristão que adentrou na ordem maçônica, conhecendo-a por dentro, sob novas luzes e experiências, e que tenha passado, pelo menos, por três graus.
Um questionamento final
Será que a opinião desse cristão, após ter acesso aos nossos mistérios, seria a mesma daquele que não teve coragem de bater à porta?
Artigo: Irmão Barbosa.
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Este Artigo faz parte do Livro de Toleran. O Livro do Tolerâncialismo.
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