Fidel Castro e a Maçonaria em Cuba

Fidel Castro e a Maçonaria em Cuba

Grande Loja em Cuba e Maçons Cubanos Ilustres

O imponente Edifício Maçônico, epicentro das atividades da confraria em Cuba, está localizado na Avenida Salvador Allende, no centro de Havana. É totalmente regular e reconhecido pela maioria das grandes lojas maçônicas ao redor do mundo.

A independência de Cuba foi alcançada em boa parte devido à ação de maçons franceses e cubanos. A maçonaria surgiu na ilha em 1763, com lojas militares inglesas e irlandesas. Quando os ingleses partiram, chegaram os franceses, aos milhares, fugidos da revolução no Haiti em 1791.

A primeira loja realmente cubana foi o Templo das Virtudes Teológicas, fundado em Havana, em 1804, pela Grande Loja da Luisiana. Os ritos mais praticados na ilha são o Rito Escocês Antigo e Aceito e o Rito de York.

Os três grandes líderes revolucionários – José Martí, Antonio Maceo e o considerado “pai da nação”, Carlos Manuel de Céspedes – eram todos maçons. Historiadores afirmam que foi impossível para os revolucionários comunistas esconderem a afiliação maçônica desses três heróis nacionais. A imensa maioria dos presidentes cubanos, começando por Carlos Manuel de Céspedes, foram maçons.

A pergunta de um milhão de dólares: Fidel Castro era maçom?

Durante a Revolução Cubana, Fidel Castro se refugiou em uma loja maçônica, onde recebeu acolhida e proteção. Segundo relatos, em agradecimento por essa ajuda, ele jamais fechou um templo maçônico nem perseguiu maçons.

Era março de 1952, e Fidel Castro, com seis ou sete companheiros em fuga, tentava chegar à Sierra Maestra para reorganizar o combate. Aproximaram-se de uma casa e conversaram com um homem que organizou um encontro com o arcebispo.

Fidel e os guerrilheiros que estavam com ele se separaram a cerca de dois quilômetros do local, planejando pegar a estrada à noite para chegar à Baía de Santiago de Cuba. Porém, o exército se antecipou, possivelmente interceptando a ligação telefônica entre aquela família e o arcebispo.

Armados com fuzis, os soldados capturaram Fidel e seu grupo. A execução parecia iminente, até que um companheiro de Fidel exclamou: “Não disparem, as ideias não se matam”. Três vezes ele repetiu essa frase. Esse homem era Oscar Alcalde, maçom e responsável pelos fundos do Movimento Revolucionário. O oficial do exército percebeu sua postura e palavras de formação maçônica e decidiu identificá-lo com um sinal secreto. Ambos se reconheceram como irmãos e foram poupados.

Todos foram colocados em um caminhão. O tenente responsável pela captura os manteve sob sua proteção, evitando que fossem levados ao quartel, onde certamente seriam torturados e mortos. Em vez disso, encaminhou-os à Casa de Detenção de Santiago de Cuba, garantindo um julgamento.

Nos momentos mais críticos, ouviam-se instruções para que os soldados não disparassem: “As ideias não se matam. Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. O tenente, ao socorrer Fidel e seus companheiros, foi acusado e afastado do exército. Mais tarde, quando a revolução triunfou, foi reincorporado com a patente de capitão.

O próprio Fidel Castro, em entrevista a Frei Betto, afirmou que sobreviveu porque estava acompanhado de um maçom. Isso esclarece que não foi Fidel quem fez o sinal maçônico, como alguns afirmam, mas sim seu companheiro de causa.

Reflexão sobre a solidariedade maçônica

A lição desse episódio é que, entre socorrer um irmão em risco e cumprir deveres formais, o socorro deve prevalecer. No entanto, em outras circunstâncias, é preciso escolher sempre os mais preparados.

Como disse Alexandre, o Grande, ao ser perguntado em seu leito de morte para quem deixaria o império: “Toî kratístoî” (“Para o mais forte”).

Devemos sempre escolher os mais capacitados. Caso as qualidades sejam iguais, o comportamento organizacional e o histórico profissional devem ser levados em consideração. Quem mais se destacou na empresa anterior deve ser o escolhido.

O poder do exemplo supera qualquer currículo ou aptidão. “Entre quem sabe e quem já fez, a melhor escolha é ficar com quem já fez”, pois, na prática, a teoria é outra. A ajuda entre irmãos deve ser feita sem esperar nada em troca, e jamais se deve exigir mais de alguém apenas pelo fato de ser maçom.

A maçonaria tem como um de seus principais objetivos a prática da justiça. A quinta instrução destaca que a solidariedade deve ser estendida não apenas aos irmãos, mas a todos os homens, desde que haja uma causa justa.

Referências:

Artigo: Irmão Barbosa.


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O que é o Tolerâncialismo?

O que é o Tolerâncialismo Movimento filosófico que propõe a união de religiosos e irreligiosos, a partir da amizade entre as pessoas, tendo a religião e a irreligião como algo secundário. A investigação nos vales das religiões, filosofia e ciências deve ser a busca de todo tolerancialista. Primeiramente, deve ser celebrada a amizade entre as … Continue lendo O que é o Tolerâncialismo?