Toques Secretos
Sempre fui fascinado pelos toques exercidos pela ordem maçônica. Mesmo quando não pertencia à ordem, via em sites e jornais pessoas ilustres sendo fotografadas e fazendo os toques. Decidi fazer uma pesquisa e, voltando aos primórdios, pensei em iniciar falando sobre o aperto de mão.
Origem do Aperto de Mão
No início, as pessoas estendiam a mão para mostrar que não estavam armadas. O gesto era, portanto, um sinal de paz, numa época em que praticamente todo mundo carregava alguma arma. A exceção eram as mulheres, por isso o aperto de mão nasceu como um hábito tipicamente masculino.
O primeiro registro desse cumprimento está nos hieróglifos egípcios. Segundo arqueólogos e historiadores, no Egito Antigo, a mão estendida representava o verbo “dar” – acreditava-se que as divindades conferiam poder ao faraó ao estenderem as mãos para ele.
Início dos Toques Secretos na Europa
Na Idade Média, operários tinham o dom de transformar simples pedras em catedrais exuberantes. Graças a esse dom, conseguiram um lugar privilegiado na Europa medieval. Eram livres para cruzar fronteiras e viajar para onde houvesse trabalho. Devido ao direito de ir e vir, algo raro na época, ficaram conhecidos como pedreiros livres.
Quando chegava a uma obra, o novato passava por um teste: apertava a mão do mestre para provar o seu posto na categoria. A cada nível hierárquico – aprendiz, artífice ou mestre – correspondia um aperto de mão secreto.
A sociedade dos Franco-Maçons viria a adotar o aperto de mão dos pedreiros. No século XIX, um livro supostamente desvendou esses gestos, mencionando o toque do artífice e do mestre. Prefiro não comentar os dois últimos.
Similaridades entre Maçons e Mórmons
Os primeiros cinco presidentes da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (chamados de profetas) eram todos membros da Loja de Nauvoo, assim como muitos outros líderes SUD que também foram maçons.
O fundador Joseph Smith Jr. foi iniciado como aprendiz maçom em 15 de março de 1842 e nasceu em uma família de maçons.
Acusado de plagiar toques, palavras e juramentos da Maçonaria, Smith enfrentou objeções dentro da loja maçônica. Os maçons alegaram que ele não poderia continuar introduzindo os ritos maçônicos nos ensinamentos da Igreja e que não deveria ensinar além do que era de domínio popular. Também afirmaram estar preocupados com a grande quantidade de maçons na Igreja Mórmon e temiam perder o controle sobre os segredos maçônicos. Por isso, sugeriram que Joseph alterasse seus rituais religiosos.
Alguns Pontos Supostamente Plagiados
Primeiro Toque do Sacerdócio Aarônico
Preparação: Todos são orientados a vestir o avental representando as folhas de figo (com as quais Adão e Eva esconderam sua nudez). Um casal apresenta o toque, que consiste em pressionar o polegar no nó do dedo indicador. A pena para quem revelasse esse toque era ter a garganta cortada.
Segundo Toque do Sacerdócio Aarônico
Um casal de voluntários é chamado para ir à frente, no altar, representando Adão e Eva. O casal ajoelha-se no altar, e cada um recebe o toque do oficiante, com suas mãos erguidas.
Após demonstrado o toque, o casal volta ao seu lugar. Os oficiantes repetem o toque com cada um dos presentes – os oficiantes masculinos realizam o toque nos homens, enquanto as femininas o fazem nas mulheres.
O sinal e o juramento são feitos com a mão direita à frente, em forma de concha, e o braço formando um quadrado. A mão esquerda é levantada da mesma forma. Após o juramento lido, havia uma penalidade específica para quem revelasse esse toque: ter o peito cortado e seus órgãos (coração, pulmões) extirpados.
Para representar a penalidade, colocavam a mão direita sobre o lado esquerdo do peito, atravessando rapidamente até o lado direito e então soltando ambos os braços. O toque consiste em pressionar o polegar entre os nós dos dedos indicador e médio. Também existem o primeiro e o segundo toque do sacerdócio de Melquisedeque – o sinal do cravo – e por aí vai.
Artigo: Irmão Barbosa.
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Este Artigo faz parte do Livro de Toleran. O Livro do Tolerâncialismo.
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