O Nascimento do Ser Humano e o Nascimento do Universo: Uma Teoria da Origem Unificada
O Big Bang e a Concepção Humana: Um Ponto de Origem Comum:
Universo: Segundo a Teoria do Big Bang, proposta inicialmente por Georges Lemaître e desenvolvida com base em observações como o desvio para o vermelho (Hubble, 1929) e a radiação cósmica de fundo (Penzias e Wilson, 1965), o universo teve origem há cerca de 13,8 bilhões de anos a partir de uma singularidade: um ponto extremamente denso e quente que se expandiu rapidamente.
Ser Humano: O início da vida humana ocorre na fecundação, quando o espermatozoide penetra o óvulo, formando o zigoto — uma única célula que carrega todo o potencial genético do novo ser. Essa célula, assim como o universo primitivo, contém toda a informação essencial para o desenvolvimento da complexidade futura.
Paralelo: Ambos surgem de um evento inicial singular, carregando em si o código/informação base para a complexidade: o DNA no ser humano, e as leis fundamentais da física no universo.
Expansão e Diferenciação: Do Simples ao Complexo
Universo: Após o Big Bang, houve um período de rápida expansão chamado inflação cósmica. Com o tempo, a energia deu origem às partículas subatômicas, que se organizaram em átomos, moléculas, estrelas e galáxias — uma evolução da simplicidade à complexidade, guiada por leis como a gravitação universal e as interações fundamentais (forte, fraca, eletromagnética e gravitacional).
Ser Humano: Do zigoto, inicia-se a divisão celular por mitose. À medida que o embrião se desenvolve, há um processo de diferenciação celular — um fenômeno guiado por sinais bioquímicos (fatores de transcrição, epigenética) que transformam células idênticas em tecidos, órgãos e sistemas especializados.
Paralelo: Tanto o universo quanto o ser humano evoluem de um estado homogêneo e simples para uma estrutura heterogênea e altamente organizada, por meio de processos naturais e auto-organizados.
Leis da Física e da Biologia: A Ordem na Complexidade
Universo: O comportamento das partículas e corpos celestes obedece a leis como a Segunda Lei da Termodinâmica, a Relatividade Geral (Einstein) e as leis da mecânica quântica, todas responsáveis por explicar fenômenos como a entropia, a formação de buracos negros e a expansão acelerada do cosmos.
Ser Humano: O desenvolvimento biológico e fisiológico segue leis igualmente rigorosas, como as leis da hereditariedade (Mendel), a seleção natural (Darwin), a estrutura do DNA (Watson e Crick), e a fisiologia homeostática, que regula internamente o corpo.
Paralelo: Em ambos os sistemas, há uma ordem subjacente que emerge do aparente caos, orientada por leis naturais universais, que moldam a existência sem necessidade de uma força externa contínua.
Consciência e Observação: O Universo Observa a Si Mesmo
Universo: Carl Sagan dizia: “somos a forma do cosmos conhecer a si mesmo”. Isso ecoa com ideias como o Princípio Antrópico, que sugere que o universo deve ser compatível com a existência de observadores conscientes. Há ainda interpretações na mecânica quântica (como a de Copenhague), onde o ato de observar influencia a realidade.
Ser Humano: A autoconsciência humana — fruto da evolução do cérebro e da cognição — é capaz de observar, estudar e compreender o universo. A neurociência investiga como circuitos neuronais dão origem à percepção, à memória e à identidade.
Paralelo: O ser humano, ao nascer, passa a ser um agente observador — um fragmento consciente do próprio universo. Assim, o universo cria seres capazes de refletir sobre sua própria origem.
Ciclo de Vida e Entropia: Do Nascimento à Dissolução
Universo: O destino do universo ainda é debatido: Big Freeze, Big Crunch, Big Rip. Contudo, a tendência da entropia é clara: o universo caminha para um estado de equilíbrio térmico e desordem máxima.
Ser Humano: Também estamos sujeitos à entropia biológica. O envelhecimento e a morte celular fazem parte de um ciclo natural, onde o organismo perde sua capacidade de manter a homeostase.
Paralelo: Ambos nascem, evoluem, se organizam, e caminham inevitavelmente para a dissolução. A impermanência é uma constante tanto no cosmo quanto na vida.
Conclusão: O Micro e o Macro em Diálogo Eterno
A comparação entre o nascimento do ser humano e o do universo revela uma simetria profunda entre o microcosmo e o macrocosmo. Ambos seguem princípios fundamentais que conduzem da simplicidade à complexidade, do caos à ordem, e da criação à dissolução.
O nascimento humano, portanto, é uma reprodução em escala menor da própria origem do universo, como se cada vida fosse um eco singular do Big Bang, carregando consigo o legado das estrelas — literalmente, já que os átomos que compõem nosso corpo foram forjados no interior de supernovas.
Artigo: Irmão Barbosa.
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