Chegar construir e ir embora

I

Chegar construir e ir embora. Mesmo que pela supervisão de nossos pais, no nascimento, nascemos sozinhos. Para chegar a esse mundo, atravessar a nova porta da existência, é uma missão que depende do nosso esforço. E no final de nossa vida terrena, também só teremos a nós, ninguém viverá por você a experiência do nascimento, nem o momento do desencarne, rumo a nova porta, de uma nova vida, em uma outra dimensão.

Note que tudo é sobre chegar, construir e ir embora, os que estiveram antes de nós, construíram a casa que hoje aqui estamos, eles chegaram, construíram e foram embora.

II

Nós aqui chegamos, construiremos, e partiremos. Somos construtores, e nos é dada a missão de preparar o terreno, construir os alicerces, erguer a casa, dar o fino acabamento, que nada mais é que a transmissão do conhecimento, ficar um pouco para orientar os novos construtores, se certificar
que tudo está certo, do alto admirar toda a construção, e ficar até quando o Grande Arquiteto do Universo nos permitir.

Este é o eterno ciclo das repetições, a serpente que persegue o próprio rabo, formando o círculo chamado ouroboros. Notem que tudo que aconteceu no passado, vai acontecer no presente, e irá se repetir no futuro.

III

A vida é cíclica, sempre houveram guerras e sempre haverá guerras, isso é um ciclo, sempre houveram crises, e sempre continuará existindo as mesmas crises, mas também sempre haverá a superação de todos esses males, isso aconteceu no passado, vai acontecer no presente, e se repetirá no futuro, e tudo isso sempre será, sobre chegar, construir e ir embora.

Chega uma hora em nossa vida, que cansamos do ciclo das repetições, eis a nossa frente um dilema existencial, desistir da vida, seria suicídio ou iluminação? e ai nos encontramos com a provocação de Frederick Nitchie:

Se um dia um demônio se esgueirasse, em tua mais solitária solidão, essa vida assim como a vives, e sempre a viveste, terá de vive-la ainda uma vez e inúmeras vezes, não haverá nela nada de novo, cada dor, cada pensamento, tudo que é há de pequeno em sua vida há de retornar.

IV

Tudo na mesma ordem e sequência, e do mesmo modo, nesse instante eu próprio o demônio!

O eterno relógio da existência, reiniciará outra vez, a contagem do teu tempo, e do tempo de tuas desgraças.

Não te lançarias ao chão rangendo os dentes! e amaldiçoando o demônio, não não, responderias medrosamente que nunca te disseram algo mais divino, diga, nunca te disseram algo mais divino?

Assim mentirias que queres para sempre a tua própria desgraça, vê bem se disseres que sim, estarás apenas piorando a eternidade.

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