Estamos Sozinhos Somos um Retroprojetor.

Em um diálogo com outras pessoas, elas falam de vários assuntos, sem se darem conta, que estão falando delas mesmas, você percebe e se acha superior, sem perceber, que também fala de várias coisas, mas no final das contas, acaba falando de você mesmo. (Estamos Sozinhos Somos um Retroprojetor.)

Todos estão sozinhos, verbalizando seus próprios egos, uns falam de carros, outros de imóveis e situações cotidianas, sempre falam de seus vários eu psicológicos, quando mencionam alguém, sempre acabam caindo em dois pontos: ao falar do outro negativamente, muitas vezes apenas agimos como um retroprojetor. Que só projeta na parede, aquilo que ele tem dentro de si.

O defeito que ele enxerga no outro, é apenas uma projeção do que habita nele, coisas que em sua própria cabeça são antagônicas com seu comportamento, são a manifestação de seus próprios egos secretos, que são projetados na tela, chamado o outro.

Ao falar bem de alguém, também pode se tratar de uma retroprojeção, quando gostamos muito de uma pessoa ou estamos apaixonados, costumamos atribuir qualidades a outrem, que, na verdade, só existem em nós, popularmente se diz: quem ama não vê defeito.

As qualidades ou defeitos que vemos nos outros, podem ser virtudes e erros que estão dentro de nós, desde quando nascemos, estamos sozinhos, mesmo que pela momentânea supervisão de nossos pais, sempre estamos tratando de nossos interesses, em primeiro lugar aquilo que interessa para nós, e depois o pensamento sobre o que pode interessar ao próximo.

Talvez tenhamos sido projetados para isso, uma criança quando tem fome, precisa do leite para saciar sua vontade orgânica, primeiro ela quer atenção para depois dar a atenção. Primeiramente queremos que nossas necessidades sejam atendidas, e só quando estamos saciados, começamos a pensar nas outras pessoas, quem sabe somos um grande erro de projeto.

Quando estamos a reclamar de alguma coisa, se trata apenas de algo que não nos foi concedido, ou que foi primeiramente concedido a outra pessoa, sempre colocamos nossos interesses em ordem prioritária, da madeira do berço a madeira do esquife, estamos sozinhos, apenas falando, pensando e querendo algo relativo aos nossos interesses.

Normalmente quando elogiamos alguém, é porque temos aquela situação já resolvida dentro de nós, mas caso não tivéssemos, muito provavelmente o elogio não seria tão sincero.

Note que na maioria das vezes que tecemos críticas, nós não seríamos capazes de fazer melhor, criticar é muito fácil, agregar é difícil, preferimos maldisser do que ir lá e tentar ajudar, isso só mostra o quão sozinho realmente estamos.

Sempre em uma conversa, queremos falar de nossas conquistas, mostrar o carro novo, a casa, os cursos, e tudo aquilo que mostre nossa materialidade para os membros de nosso convívio, sempre se trata de uma conversa sobre nós.

Nossos interlocutores agem da mesma forma, respondem, bonito mesmo é o carro tal, ou, eu prefiro o meu carro, quando você diz que está com gripe eles falam: isso não é nada, tive uma pneumonia, infelizmente as pessoas estão sozinhas falando delas próprias, e quem ouve, age da mesma maneira.

Somos pessoas solitárias em busca de apoio e reconhecimento. Alguém que massageie o nosso ego, queremos ser idolatrados mesmo quem pensa que essa ideia seja uma loucura, assim o pensa secretamente.

Quando entendermos que não existe o outro, mas existe o, nós, quando nos destituirmos de nossos vários eu psicológicos, e passarmos a agir como orquestra e não como solistas, talvez tenhamos uma chance de não estarmos totalmente sozinhos. (Estamos Sozinhos Somos um Retroprojetor.)

Sérgio F. Barbosa
Fundador do Tolerâncialismo

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Artigo: Irmão Barbosa