Complexo de Kiara, o mal da humanidade.
Kiara era uma cadela muito simpática, que vivia presa na casa de sua dona, olhava para a rua e sonhava com a liberdade.
Via os outros cachorros passeando na rua, e ansiava pelo dia que seria possível estar lá com eles, dona Elô sua dona, devido a elevada idade, teve que entregar a casa que alugava, e não levou a cachorrinha com ela.
Kiara em condições adversas à sua vontade, teve seu sonho realizado, só que agora não tinha mais um lar, e vivia na rua abandonada e sem ter o que comer.
Kiara olhava para seu antigo lar, com cara de saudade e tristeza, pois essa situação resultou no seguinte, ela perdeu a sua dona, e a tranquilidade de um lar seguro.
Mas afinal estar livre na rua não era o grande sonho de Kiara? Passado algum tempo, meu filho Sérgio Augusto, me pediu encarecidamente que adotássemos a cadelinha, nosso escritório ficava ao lado da casa da Dona Helô, que era a antiga dona de Kiara.
Adotamos a cachorra, novamente com o lar, tranquilidade, e sendo bem cuidada com muito amor e carinho, Kiara volta seu olhar e começa a sonhar com a liberdade de estar na rua novamente.
Soltamos ela na rua e fechamos o portão por algumas horas, após ficar muito tempo lá fora, a cachorrinha começa a pular no portão, abanar o rabo, e desesperadamente tentando voltar para dentro.
Conclusão:
Kiara apenas desejava aquilo que não tinha momentaneamente. Quando está presa deseja a liberdade, quando está na rua quer voltar para casa.
Assim são os humanos, não agradecem pelo que tem, e ambicionam novos objetivos, e quando perdem o que possuíam, mesmo que tenham alcançado seu último objetivo, se lamentam pelo que perderam.
Parafraseando o caso de Kiara, se acrescentá-asemos um item a mais, o portão aberto, Kiara, leia-se uma pessoa qualquer, se pudesse ter as duas coisas, o conforto do lar, mas com o portão aberto, para ficar na rua o tempo que quisesse, fatalmente essa pessoa ainda problematizaria esses dois mundos, e procuraria um novo objeto de desejo, para suprir suas expectativas.
As expectativas e os desejos superficiais, são as raízes da grande maioria de nossos sofrimentos, não sabemos a hora de parar, sempre que conquistamos algo, queremos coisas diferentes, e para conseguir, empregamos nossos esforços, sacrificando tempo, trabalho e nossa família e aqueles que amamos.
Se aprendêssemos a ser gratos pelo que temos, e não criássemos tantas expectativas, e entender que uma vida simples nos bastaria, eliminaríamos a esmagadora maioria de nossos problemas.
Independentemente do que você escolha, você terá motivos de alegrias e de tristezas, o caminho que te faz feliz, é o mesmo que te deixa triste por algum motivo, não olhe para trás, siga sua caminhada.
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Artigo: Irmão Barbosa