Todos estão ocupados com seus próprios êxitos e fracassos. As dores deles sempre parecerão maiores que as suas. Se você comenta com um amigo que está resfriado, talvez ele responda: “Isso não é nada perto da pneumonia que eu tive.” Caso você mencione dores nas costas, ele falará sobre sua hérnia de disco. E quando você compartilha uma conquista importante, o interlocutor logo conta sobre um feito ainda maior. Sua vitória pode ter sido grande, mas quase sempre será ofuscada pela vitória de quem está ao seu lado.
São raríssimas as pessoas que realmente se importam com o que você tem a dizer. A maioria não se interessa verdadeiramente por suas vitórias ou derrotas. A realidade é que quase ninguém se importa. Observe uma conversa e perceba o que de fato ocorre: as pessoas falam sobre si mesmas. Poucos ficam felizes com sua felicidade, e quase ninguém realmente se preocupa com seus problemas.
Para o outro, o problema dele sempre será maior que o seu; essa é a visão do interlocutor. Trata-se apenas de uma dura verdade: estamos sozinhos no mundo, todos à procura de atenção. A maioria das pessoas deseja ser protagonista no teatro chamado vida. Não importa se você se destaca, desde que você seja o coadjuvante e elas ocupem o papel principal.
Nossa sociedade está doente. O egocentrismo se tornou a nova enfermidade; pessoas que tentam se passar por “evoluídas” tendem a relativizar todos os assuntos em uma conversa, seja sobre religião, política, família ou temas do cotidiano. Observe a linguagem corporal, pois ela raramente mente.
O entendimento de que são os donos da verdade, caso não fique explícito pelas palavras, será facilmente percebido em suas expressões e gestos. Evite compartilhar problemas, dificuldades e todas as situações pessoais que esteja enfrentando. Se precisar falar com alguém, procure um psicólogo. Esses profissionais geralmente oferecerão uma opinião sincera, ao contrário dos “amigos”, que são verdadeiramente raros, tornando o apoio profissional a melhor escolha.
Quando percebem você emocionalmente fragilizado, a maioria das pessoas pode até oferecer um apoio superficial, mas dificilmente será algo genuíno. Vivemos em uma sociedade egoísta, onde a própria preocupação vem em primeiro, segundo, terceiro e quarto lugar. Somente após essa sequência é que, talvez, o outro seja considerado.
Pai e mãe talvez se importem; amigos, só os mais raros; e as pessoas do convívio possivelmente não estarão lá para você. Concentre suas energias em resolver seus problemas. Evite a autopiedade e busque todo o suporte possível no campo profissional, pois a verdade é uma só: no fim das contas, ninguém realmente se importa com sua situação, seus problemas ou com a sua vida.
Artigo: Irmão Barbosa.
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