A mente como Serviçal da consciência.

A mente como Serviçal da consciência. Às vezes nossos sentidos serão falhos, as ilusões de ótica irão se sobrepor sobre a realidade. Com pouca luz e no ângulo certo, a mente enxerga uma cobra, sendo que na realidade e com a correta percepção, naquele local só existe um pedaço de corda.

Nossa análise do ambiente em que vivemos, pode ser facilmente sobreposta por essas ilusões de ótica, a limitação de nossos cinco sentidos pode trazer imagens distorcidas, não apresentando para nós a verdadeira realidade.

Além dos sentidos

II

Muitas das informações que chegam através de nossos receptores, podem estar equivocadas ou estar sofrendo distorções. Devemos procurar, além da materialidade, além das ilusões da mente, nos destituirmos de tudo aquilo que achamos ser a verdade, e buscar além dos nossos cinco sentidos.

Diariamente a mente nos confronta com fantasmas e demônios, problemas às vezes que só vão existir na nossa cabeça, mas que se não fizermos uma detalhada investigação, poderão se materializar.

De tanto ter medo de bater o seu carro, a pessoa acaba batendo, de tanto imaginar que a pessoa do seu lado será infiel, você traz a infidelidade para sua vida, de tanto ter medo da pobreza, você cria a escassez em seu ecossistema.

Ao entender que você é um bom motorista, e que está tomando todos os cuidados, você perde o medo de colidir o seu veículo, e muito dificilmente isso acontecerá. Ao se libertar da dependência na pessoa que está ao seu lado, e não ficar imaginando que esta o trairá, você diminui consideravelmente as chances disso acontecer.

Sua mente é acusadora, sempre lhe confrontará. Cabe a você, procurar a verdadeira percepção das coisas, exercer o mando da consciência sobre a mente, você definitivamente não é a sua mente, você é a sua consciência controladora, quem dita as regras, que mostra quem realmente manda.

A busca de quem é você, mostrará que tu não és esse invólucro corpóreo, ou a mente e o turbilhão de pensamentos que a habitam. O verdadeiro você, é a manifestação do todo, sendo você próprio agindo onde está agora.

Quando a mente silencia, o verdadeiro você aparece, a consciência se manifesta, e a paz se apresenta, essa paz é você.

Assumir o controle

III

 Mas para isso é necessário assumirmos o controle, termos ciência de que não somos a mente e aprendermos a conviver com ela, como quem convive com as próprias sombras, sabendo que é impossível eliminarmos nossa própria sombra, saber que ela sempre estará lá, mas que isso de forma alguma será um problema.

Quanto mais alimentamos uma coisa, mais essa cresce, quando cortamos o alimento, tudo que não é alimentado perece.

Se temos um problema temos três formas de lidar, ou damos alimento e ele cresce, ou cortamos o alimento e ele morre, ou simplesmente focamos nossa mente na solução e não no problema, nessa última situação, estamos alimentando a fórmula para resolver o que se apresenta na nossa frente.

Pare de acreditar naquilo que não é você, sua mente é uma coisa, sua consciência é o seu verdadeiro eu. O corpo e a mente devem ser deixados de lado, eles estão em ti, mas não são você.

Quando você tem o conhecimento do todo, você é o todo, o todo está em todos os lugares, e tu é a manifestação do todo onde quer que esteja agora, o não se preocupar com o amanhã existencial, lhe abrirá uma porta, que te mostrará o caminho da volta para casa, o retorno a fonte cuja substância é você mesmo.

A mente sempre lhe mostrará as formas, a consciência te mostra o âmago da essência.

A fonte

IV

A mente cria ilusão, a consciência é a realidade da substância primordial, as religiões são a mente tentando explicar a fonte, adjetivando aquilo que não pode ser adjetivado, tentando quantificar aquilo que não pode ser quantificado, a consciência é a verdadeira fonte e devemos estar junto ao princípio de tudo.

A falsa realidade captada por nossos falhos e deficientes sentidos, devem ser abandonados, a investigação espiritual sobrepõe nossos sentidos terrenos, a verdadeira percepção pela consciência, deve ser trabalhada, esse hábito desenvolverá em nós a busca pela verdade.

Quando você interroga os seus pensamentos, mostra a eles que existe um filtro, um guardião que não permitirá que qualquer um passe, um vigilante atento que colocar ordem em nossas colunas mentais, um disciplinador que garantirá a ordem sobre o caos. (A mente como Serviçal da consciência.)

É dessa forma que a mente se torna serviçal de nossa consciência, nos tornamos os guardiões do castelo, e mesmo que por um descuido, entre um visitante indesejado, poderemos o expulsar.

Exercitar e praticar essa consciência, nos levará de volta a fonte primordial, e descobriremos que nunca estivemos separados dela, pois, tudo é uno.

Autor: Irmão Barbosa