A verdade dos outros e a nossa verdade, diferentes réguas
Cada ser humano nasce com uma régua. Essa régua deve medir apenas as próprias ações — jamais as ações dos outros. Mas o que acontece, na realidade? Tentamos medir nossos irmãos pela nossa régua moral, querendo que todos se ajustem por ela. E aí está o erro.
Cada ser construirá seu conjunto particular de crenças, a sua verdade particular — aquilo que faz sentido para sua vida. Essa é a régua a que me refiro. Essa régua servirá unicamente para ti — e para mais ninguém. Tentar medir teus irmãos por tua régua moral é ser intransigente com teus iguais, querendo que eles se tornem uma versão de ti, tirando deles a possibilidade da construção da própria régua.
Esse é o padrão que líderes religiosos, filósofos e dirigentes de todo e qualquer tipo de crença têm aplicado à humanidade.
A nossa verdade particular é sagrada e deve ser respeitada. A busca é teu sagrado direito e jamais deve ser negada ao teu próximo — seja você um líder religioso ou dirigente de qualquer sistema que pregue qualquer tipo de crença.
Encarcerar teus semelhantes, negando a eles o direito da busca, é um crime contra o espírito de liberdade que cada um deve manter como um direito inquestionável.
Mesmo que seja antagônico ao seu conjunto de crenças, você deve lutar para que seus irmãos terrenos possam ter esse direito inviolável. Esse é o papel do bom líder. Já o mau líder negligenciará esse direito.
Devemos criar livres pensadores, trabalhar para que o pensamento livre seja manifestado. Que nossos irmãos voltem para nosso convívio pela boa experiência que tiveram ali — e nunca pelo medo, por ameaças ou qualquer tipo de reprimenda.
Não precisamos de uma legião de pessoas iguais. Para que formar exércitos de pessoas para defender uma supremacia? As religiões sempre tiveram dois polos: o primeiro, a boa intenção da transformação, dos ensinamentos benéficos de amor ao próximo e suas filosofias de vida; mas o outro polo é o controle, a doutrina e o medo.
Não temos a obrigação de seguir a mesma linha de pensamentos, de nos curvar à vontade das autoridades da religião. Somos livres. E pensar diferente é a régua maior que servirá unicamente a cada indivíduo.
A fábrica de réguas nos tem sido imposta por nossa ancestralidade, que foi — e ainda é — cativa de um seleto grupo que quer o comando de nossas mentes e corações.
Sem medo e ameaças, a maioria dos sistemas não se mantém. Não devemos compactuar com isso. Esse velho esquema já destruiu a vida de muitas pessoas, impediu sociedades, casamentos e amizades maravilhosas.
Essa casa quer a liberdade de pensamento, onde você seja o seu próprio líder, e que continue amigo do pastor, do rabino, do sheik, do babalorixá — e de todos que foram responsáveis pela expansão dos teus conhecimentos.
Nunca aceite ser medido pela régua de ninguém. Sua verdade é apenas a sua verdade. Jamais tente impô-la a outras pessoas. Acima de tudo isso, somos irmãos — e nos devemos respeito.
Artigo: Irmão Barbosa.
+ artigos, acesse: https://toleran.org
Este Artigo faz parte do Livro de Toleran. O Livro do Tolerâncialismo.
Saiba + sobre o Tolerâncialismo: