As origens do jantar ritualístico e o Paganismo.

As origens do jantar ritualístico e o Paganismo

O jantar ritualístico da maçonaria tem suas origens nas confrarias medievais de pedreiros operativos, que realizavam banquetes após os trabalhos para celebrar conquistas e fortalecer a fraternidade.

Com o surgimento da maçonaria especulativa, especialmente no século XVII, essas reuniões foram ritualizadas, incorporando brindes simbólicos, discursos e ensinamentos filosóficos.
Essa prática se desenvolveu particularmente na França e Inglaterra, onde elementos simbólicos e espirituais foram incorporados aos jantares.

Além disso, os jantares maçônicos refletem influências de tradições esotéricas e de celebrações cíclicas da natureza, como os solstícios e equinócios.

Embora não haja uma conexão direta e documentada entre essas tradições e os banquetes maçônicos, é evidente a valorização de ciclos naturais e conceitos de renovação presentes tanto nos rituais pagãos quanto nos ensinamentos maçônicos.

Celebrações cíclicas e divindades associadas

Nos rituais pagãos, os banquetes sagrados simbolizavam a comunhão entre os participantes e as forças naturais ou divinas. Entre as divindades celebradas, estavam Ra e Apolo: divindades solares associadas aos ciclos de luz e escuridão; Ceres (deusa da agricultura); Osíris (deus da renovação); e Dionísio (deus da fertilidade).

Também eram reverenciadas forças protetoras da natureza e os quatro elementos: terra, fogo, ar e água. Essas celebrações promoviam harmonia e renovação espiritual entre os participantes.

A maçonaria especulativa também adota como marcos simbólicos os solstícios de inverno e verão, que representam equilíbrio, luz e transformação.

Não se reverenciam divindades específicas nesses rituais, mas os conceitos de ciclos e renovação natural têm destaque.

O Sol Invictus e sua relação com o Natal, e o Jantar ritualístico.

Os jantares ritualísticos do Sol Invictus, celebrados no solstício de inverno, incluíam oferendas e libações de vinho, alimentos simbólicos (pães, frutas, mel e carnes), cânticos, brindes ritualísticos e a partilha comunitária da refeição. Esses rituais reforçavam a devoção ao deus-sol, simbolizando abundância, união e o triunfo da luz. O culto ao Sol Invictus, muito forte no Império Romano, celebrava o retorno da luz no solstício de inverno e simbolizava a vitória da luz sobre as trevas.

A escolha de 25 de dezembro para essa celebração foi significativa e, posteriormente, parece ter influenciado a Igreja Católica, que estabeleceu o nascimento de Jesus Cristo na mesma data, buscando cristianizar celebrações pagãs.

Contudo, a relação direta entre o Sol Invictus e o Natal ainda é debatida entre historiadores. Há consenso de que a Igreja adotou estratégias de assimilação cultural, mas a escolha da data também pode ter fundamentos teológicos independentes. Ao que parece houve uma adaptação desse culto pagão, aos interesses da instituição.

Artigo: Irmão Barbosa.

Fontes:

  • Stevenson, DavidThe Origins of Freemasonry: Scotland’s Century, 1590–1710 (sobre o surgimento da maçonaria especulativa).
  • Eliade, MirceaO Sagrado e o Profano (para análise das celebrações cíclicas e rituais pagãos).
  • Beck, RogerThe Religion of the Mithras Cult in the Roman Empire (sobre Sol Invictus e práticas religiosas romanas).

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Este Artigo faz parte do Livro de Toleran. O Livro do Tolerâncialismo.
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O que é o Tolerâncialismo? – Toleran o Livro do Tolerâncialismo

O que é o Tolerâncialismo?

O que é o Tolerâncialismo Movimento filosófico que propõe a união de religiosos e irreligiosos, a partir da amizade entre as pessoas, tendo a religião e a irreligião como algo secundário. A investigação nos vales das religiões, filosofia e ciências deve ser a busca de todo tolerancialista. Primeiramente, deve ser celebrada a amizade entre as … Continue lendo O que é o Tolerâncialismo?