Baphomet, soletrado cabalisticamente de forma inversa: “Tem Ohp Ab”, revelaria a sentença iniciática: Templi Omnium Pacis Abbas, uma espécie de acróstico inverso de Baphomet, que significa: o pai do templo da paz universal dos homens, também conhecido como o Bode de Mendes.
Muitas mitologias de vários cantos do globo falam sobre divindades com chifres. Os chifres, na tradição universal, têm o significado de eminência, elevação, simbolizando o poder.
Os chifres dos bois, na antiguidade, representavam a força e virilidade do animal. Alexandre, o Grande, era retratado com chifres, simbolizando seu poder. Quando Moisés desceu do Sinai, seu rosto lançava raios, tinha uma grande luz.
Na Bíblia, na Vulgata de São Jerônimo, Moisés era retratado com chifres, assim como na obra de Michelangelo, que até hoje está presente no Vaticano.
Os chifres representam a dualidade, o quarto princípio hermético: o da polaridade, ou popularmente mais conhecido como o bem e o mal.
Desmistificando Baphomet. Um bode humanóide com um par de seios e uma tocha entre seus chifres tem assombrado até mesmo os próprios membros da Ordem.
Entendamos os seus simbolismos: O pentagrama na testa significa um símbolo de luz, a magia.
O sinal que faz com as mãos, uma para cima e outra para baixo, representa o hermetismo. A mão para cima tem a inscrição solve, que significa separar, e a de baixo com a expressão coagula, que significa unir.
Isso faz referência direta à alquimia, ou seja, à reação química de cada elemento e à preparação desses pelos alquimistas.
Uma mão aponta para uma lua branca e a outra para uma lua negra. Essa alegoria mostra a perfeita harmonia entre o bem e o mal, o equilíbrio cósmico. Todos temos o bem e o mal dentro de nós: em nosso estado positivo, somos pessoas de bem, cumpridoras de nossos deveres; em nosso estado negativo, podemos matar em defesa de nossa família.
Um de seus braços é de uma fêmea e o outro é de um macho, remetendo a um ser andrógino. A chama entre seus chifres é a chama da inteligência, simbolizando a luz mágica do equilíbrio universal, a harmonia da dualidade, representando os polos positivo e negativo, onde todo homem tem o bem e o mal dentro de si.
A chama também representa a alma elevada acima da matéria. A horrenda cabeça do bode simboliza o horror do pecador, que precisa suportar as consequências do pecado. (A cara do bode é você olhando para o espelho, quando analisa todas as coisas horríveis que já fez na sua vida.)
A vara de pé no lugar dos genitais simboliza a vida eterna, a continuidade através da geração. O corpo coberto por escamas simboliza a água.
O semicírculo logo acima simboliza a atmosfera, e as penas logo acima representam a volatilidade. Os dois seios representam a humanidade, a maternidade e a fertilidade.
Na representação feita por Éliphas Lévi, Baphomet representa a combinação dos processos alquímicos, forças opostas para criar a luz astral.
Entendendo que a esfinge de Baphomet simboliza um personagem andrógino, com características de ambos os sexos, sendo o falo de Baphomet o caduceu de Hermes, que é uma vara com duas serpentes entrelaçadas, representando o símbolo do hermetismo.
Sendo o próprio caduceu representado esotericamente pela coluna vertebral, na ativação dos chakras, levando à glândula pineal, usando o poder serpentino ou luz astral.
De forma geral, a esfinge de Baphomet simboliza os quatro elementos. A tocha em sua cabeça representa o elemento fogo, as escamas em seu corpo representam o elemento água, suas asas representam o elemento ar, e as patas do bode tocando o solo representam o elemento terra.
A posição de seus braços representa o axioma hermético que diz: “O que está em cima é como o que está embaixo.
O que está dentro é como o que está fora.” A associação do Bode de Baphomet com a Maçonaria veio logo após a publicação do livro Dogma e Ritual da Alta Magia, por conta de Éliphas Lévi ser maçom.
O bode causa arrepios no profano, por este não ter o conhecimento dos iniciados. A má fama do bode se espalhou depois do lançamento do livro. Um jornalista francês chamado Léo Taxil fez vários folhetos e artigos nos quais denunciava a Maçonaria por práticas satanistas, alegando que seus adeptos adoravam o bode.
Notem o mal-entendido de um profano, que não teve acesso ao verdadeiro significado alquímico do Bode de Baphomet e de todo o seu simbolismo, conseguindo, através do poder do achismo, estigmatizar tantas pessoas até os dias de hoje.
O próprio Léo Taxil confessou posteriormente que muitas de suas alegações foram inventadas. A grande maioria das pessoas que falam mal da Maçonaria não é iniciada.
Como podem falar de algo que não conhecem? Lembremos, irmãos, o receio antes de entrarmos na Ordem, e depois que tivemos a coragem de atravessar a porta, vimos que não era nada do que falavam.
O diabo é a ignorância; o mal é a simples ausência do bem, assim como as trevas são simplesmente a ausência de luz. Cristãos se referem a Jesus como o leão da tribo de Judá, o cordeiro de Deus, sendo esses apenas simbolismos representados por animais, não havendo nada demais nessas comparações.
Nossa crença definirá o uso do arquétipo. Se olharmos para o Bode de Baphomet e acharmos que ali existe o mal, automaticamente o mal será criado.
Se compreendermos seu real significado, entenderemos que não existe mal algum ali. A lâmpada mística, citada na primeira instrução de Mestre Maçom, que ilumina com a luz da sabedoria divina, dissipando as trevas da ignorância, nos dá o entendimento de que Baphomet é apenas um arquétipo com muitos simbolismos.
AXIOMA MÁGICO: No círculo da sua ação, todo verbo cria o que afirma. CONSEQUÊNCIA DIRETA: Aquele que afirma o diabo cria ou faz o diabo.
Entendendo que a esfinge de Baphomet é uma espécie de guardiã dos conhecimentos, que tem por objetivo apenas afugentar os curiosos do mundo profano, um monumento com uma figura amedrontadora que visa guardar os conhecimentos apenas reservados aos verdadeiros iniciados.
Artigo: Irmão Barbosa.
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Este Artigo faz parte do Livro de Toleran. O Livro do Tolerâncialismo.
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