Natal o Paganismo de Sempre, Readaptado pelo Marketing.

Natal: o paganismo de sempre, readaptado pelo marketing

A substituição do culto ao Sol Invicto por celebrações cristãs, como o Natal, foi uma estratégia adotada pela Igreja nos primeiros séculos do cristianismo, especialmente após a oficialização do cristianismo como religião do Império Romano no século IV.

A anterioridade dessa data já era famosa por outra comemoração: o dia 25 de dezembro era associado ao “Dies Natalis Solis Invicti” (Nascimento do Sol Invicto), uma festa romana dedicada ao deus Sol, celebrando o solstício de inverno e o retorno gradual da luz.

Quando o cristianismo começou a se expandir no mundo romano, a Igreja percebeu que substituir celebrações pagãs por festas cristãs facilitava a conversão. Simplesmente uma jogada de marketing, popularmente falando. Se realmente as festas ditas “pagãs” fossem algo ruim, elas seriam banidas, e nada seria readaptado.

Assim, a data do nascimento de Jesus Cristo foi fixada em 25 de dezembro, alinhando-se às tradições já enraizadas no imaginário popular. Jesus passou a ser identificado como a Luz do Mundo, um paralelo simbólico com o Sol, tornando a transição cultural mais fácil e aceitável. Foi um audacioso plano de marketing coordenado pela Igreja, uma nova roupagem, uma versão mais apimentada. O bom e velho marketing é mais antigo do que muitos pensam.

Agora, imagine se qualquer outra religião fizesse isso: seria chamado de paganismo.

Mas, como tudo que é feito pela Igreja é considerado “certo” e tudo que é feito fora dela é “errado”, o que a Igreja não controla se torna pagão.

Me desculpem, queridos irmãos, pela comparação, mas vejamos: apostar, na concepção de muitos, é algo errado. Jogos de azar, por exemplo, são práticas tidas como incorretas. No entanto, vejamos um exemplo claro: os jogos controlados pelo governo são oficiais, porque atendem aos interesses de arrecadação dessa instituição. Do outro lado, temos o jogo do bicho, que é tido como ilegal. É a mesma prática, mas taxada de errada porque não segue os princípios de uma instituição maior.

É como se os jogos da loteria fossem certos por serem legalizados, representando a instituição “correta”, enquanto o jogo do bicho fosse “errado” – leia-se, o paganismo. A mesma prática, o mesmo conceito, mas um é taxado de certo e o outro, de errado, simplesmente pelo poder da instituição maior. Quem define o que está certo ou errado é quem detém o poder, tirando-nos o livre-arbítrio e a capacidade de escolher o que é bom ou ruim para nossa vida. Assim operam as instituições mais poderosas deste mundo.

Embora os nomes e significados religiosos tenham mudado, muitos elementos associados ao Natal possuem raízes pagãs, como o uso de árvores decoradas, trocas de presentes e festas comunitárias. Esses costumes, inicialmente ligados ao paganismo, foram reinterpretados no contexto cristão, mas mantiveram sua essência simbólica.

Conclusão: O paganismo nunca desapareceu; ele apenas foi transformado e adaptado. Os símbolos e tradições foram resignificados, mas a essência de homenagear ciclos naturais e celebrar a renovação permanece, mostrando que, em muitos aspectos, as práticas continuaram as mesmas, apenas sob novos nomes e diferentes narrativas.

Artigo: Irmão Barbosa


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O que é o Tolerâncialismo?

O que é o Tolerâncialismo Movimento filosófico que propõe a união de religiosos e irreligiosos, a partir da amizade entre as pessoas, tendo a religião e a irreligião como algo secundário. A investigação nos vales das religiões, filosofia e ciências deve ser a busca de todo tolerancialista. Primeiramente, deve ser celebrada a amizade entre as … Continue lendo O que é o Tolerâncialismo?