O Livro de Toleran, Carta aos Líderes Religiosos
Respeitosamente, aos irmãos de todos os credos, que ocupam a direção de suas missões, a todos aqueles que dirigem os trabalhos de suas religiões, filosofias de vida, ou a qualquer tipo de transmissão de crença, ideologias, conhecimentos ou linhas de pensamento.
Venho, de forma muito respeitosa, fazer um apelo a todos os líderes religiosos espalhados pelo nosso globo.
Dêem a oportunidade da busca aos seus congregados, que eles possam ser livres para buscar respostas também em outras escolas. Que eles voltem ao seu convívio pelo amor aos ensinamentos que aprenderam aí, e não pelo medo de um sistema dogmático que reprova qualquer forma de pensamento diferente.
As pessoas devem ser como pássaros livres, tendo a liberdade de voo por onde quiserem, sempre retornando aos lugares onde se sentiram bem.
Seres humanos não devem ser tratados como propriedades particulares de cada religião. Devemos incentivar que pensem e procurem, através de múltiplos pontos de vista, linhas de pensamento que possibilitem a resolução de seus problemas.
Qualquer tipo de etnocentrismo religioso deve ser desencorajado, especialmente pelos líderes e dirigentes de trabalhos, pois eles exercem grande influência e liderança sobre os demais.
Antes do religioso, existe a pessoa, e essa deve ter seu direito de ir e vir amplamente respeitado. O Tolerâncialismo acredita na multiculturalidade, na visitação de várias escolas e no intercâmbio pacífico entre religiões e seus religiosos, bem como na busca pelos vales da filosofia e da ciência, mas respeita aqueles que preferem exercer apenas uma única crença.
Quem se encontrou em sua religião merece e terá nosso respeito. Apenas pedimos que as pessoas possam exercer o sagrado laço da amizade, que pratiquem a caridade aos necessitados e que tenham tolerância com seus antagônicos, sendo que esse antagonismo só existe na cabeça das pessoas, visto que somos todos irmãos.
Que nossos irmãos não sejam impedidos de praticar o bem quando a pessoa que necessita dessa ajuda não pertence ao mesmo credo religioso, ideologia ou crença de seus congregados.
Que possamos todos nos visitar nos lugares onde praticamos nossa fé. Os ateus são nossos irmãos e devem ser convidados para que possamos unir forças em prol da felicidade da humanidade.
Acreditar ou não acreditar em Deus é um direito de cada um. Devemos nos lembrar de que, antes do ateu, existe primeiramente a pessoa, e essa merece todo o nosso respeito e carinho. Sua crença ou descrença não deve interferir na ajuda aos necessitados. Em vez de crítica, que possamos contar com sua ajuda para socorrer quem precisa, e mesmo estender a mão caso esse irmão também esteja em necessidade.
Podemos não concordar em alguns assuntos, mas nunca devemos impor uma supremacia, seja ela religiosa, filosófica ou científica. Mesmo a ciência pode ser revista pela própria ciência.
Assim como formigas desorientadas na vastidão do universo, somos nós à procura de respostas para nossas dúvidas existenciais. O sentimento de posse é o ópio da humanidade. Devemos libertar nossos irmãos e irmãs.
A busca pela verdade libertará os encarcerados do dogma. Homens e mulheres livres voltam, os aprisionados apenas subsistem como robôs sem alma.
Que nosso sistema de crenças não se transforme em muros, limitando a fraternidade entre os povos. Devemos primeiro perguntar o que nosso irmão precisa, antes de perguntar no que ele crê.
Primeiramente, devemos celebrar as pessoas e suas necessidades e, depois, promover a troca de ideias de forma pacífica e ordeira.
A prioridade é o socorro aos nossos iguais, a instrução e a coragem de deixar a porta da gaiola aberta, para que o pássaro voe e possa voltar pelos laços do amor, e não pelo medo da punição.
Viva a liberdade religiosa, filosófica e científica, que sejamos buscadores do conhecimento, e que a única tentativa de verdade absoluta seja a prática da tolerância e da caridade.
Irmão Barbosa
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