O Novo Templo
O novo templo está sendo construído. Nele, não existem poltronas confortáveis ou qualquer tipo de comodidade. Também haverá uma mudança: os líderes religiosos não serão os mesmos. O medo, pouco a pouco, será substituído pelo conhecimento e não mais governará as pessoas.
O trabalho dedicado ao próximo é uma dádiva ofertada no altar do conhecimento. O Livro de Toleran é a nossa oferta para todos aqueles que se sentiram culpados por transitarem em outros credos, casas e sistemas de crenças diferentes dos que lhes foram ensinados.
O conhecimento faz parte do Criador e é gratuito. O que recebemos de graça deve ser repassado de graça, sem nenhum tipo de pagamento. Independentemente de onde você esteja procurando por conhecimento — seja em uma igreja, centro espírita, terreiro, sinagoga, mesquita ou qualquer outro templo ou lugar — o conhecimento do Criador ou parte dele estará lá. Vejamos nas tradicionais escrituras:
“Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (Mat.18,20).
Note que não especifica determinado templo. Qualquer lugar onde dois ou três estiverem reunidos, lá Ele está. O verdadeiro Deus, o Grande Pai Primordial, nunca se tratou da religião em si ou do controle de pessoas através dos líderes religiosos, mas sim da livre reunião de pessoas em busca de conhecimento.
O Verbo eterno se manifestará mais facilmente a homens e mulheres sinceros e libertos do que às autoridades religiosas. Há quem diga que o Divino Mestre, Jesus Cristo, fez poucos milagres em Nazaré porque seus próprios compatriotas eram incrédulos.
Devemos sair do meio que nos limita e estar com pessoas que possam potencializar nossos poderes. Nesse novo caminho, é preciso ter a coragem de bater em novas portas e reformular nosso conjunto de crenças. Aquilo que fomos condicionados a acreditar, por nossos pais ou pela influência do meio, deve dar lugar à busca.
Ao visitar novos templos, novas crenças e novos modos de pensar, estaremos construindo um novo templo, não aquele feito por tijolos, areia e cimento, mas sim o templo interior. Apenas a busca e os conhecimentos adquiridos serão capazes de destruir os velhos templos materiais e reconstruir o novo templo que é você.
Ao destruir os velhos templos materiais e dogmáticos, reconstruiremos a verdadeira casa do saber. O próximo passo é consagrá-la e eleger os novos mestres e autoridades desse templo. Mas quem seriam? Pastores? Babalorixás? Rabinos? Mentores? Definitivamente, não. O mestre condutor desse novo templo é você.
As instituições religiosas que pregam o medo e os velhos padrões de controle vão cair por si mesmas. O novo templo está sendo construído — na verdade, bilhões deles. O livre trânsito e a troca de conhecimentos entre estes será livre. Desses encontros, nascerão novos irmãos espirituais que agora rompem o manto que os separava. Sempre foram irmãos, mas o véu da religião os separava. Agora, não mais.
A opressão do dogma separou esses irmãos, colocando entre eles um muro intransponível. O Livro de Toleran é uma ferramenta que, se bem usada, pode possibilitar a quebra desse muro. Mas, sendo bem franco, ficaremos muito felizes se esse objetivo também for alcançado por outros livros, outras linhas de pensamento ou qualquer outro tipo de caminho.
Em minha insignificância, penso que Deus não quer funcionários, mas sim filhos amorosos com seus irmãos e sua grande família universal. Ele não exige provas ou trabalhos forçados, como os impostos pelos líderes religiosos.
Enquanto habitarmos o tempo da matéria, devemos fazer melhor a vida de nossos irmãos, com exemplos de atitudes, e não com sermões que exortam e afastam. Devemos nos colocar em paz com todos, seja pelo auxílio ou pela ausência. Você pode continuar ajudando mesmo que ausente. Isso se faz necessário quando o contato físico não é possível, mas nada pode impedir você de continuar ajudando à distância.
A calmaria com os homens deve ser seu objetivo. Nossos irmãos e irmãs devem se sentir confortáveis. Se nossas linhas de pensamento, por algum motivo, os irritarem, não continue a conversa. Nada em nossa filosofia é dogma absoluto.
Nossa serenidade será o nosso castelo, nossa tolerância será o nosso império. Devemos ouvir a todos, mas jamais criticar alguém. Haverá momentos em que falharemos nesses quesitos, mas é nesse momento que devemos trabalhar mais para manter as colunas do tolerâncialismo sempre fortes e inabaláveis.
Somos seres humanos falhos. Às vezes, não viveremos o que pregamos. Mas, exatamente nesse momento de falha, devemos redobrar nossa vigilância. A diferença é que reconhecemos o nosso erro.
Devemos manter acesa a luz do conhecimento, para guiar o caminho de nossos irmãos que vivem nas trevas da ignorância, do etnocentrismo religioso, da supremacia de ideias e dos cárceres do dogma. Devemos agir como pacificadores entre os religiosos. Os extremistas devem ser combatidos, não diretamente, mas com uma simples atitude. Enquanto o estandarte de nossas ideias permanecer fincado em terra firme, onde tremular a bandeira de nossa filosofia, ali significará que homens livres seguem o caminho, para libertar os cativos das masmorras dogmáticas da matrix extremista religiosa.
Artigo: Irmão Barbosa.
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Este Artigo faz parte do Livro de Toleran. O Livro do Tolerâncialismo.
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