I
O remédio e a cura. Nós não sabemos conviver com a dor, seja ela de qual natureza for; não importa os efeitos colaterais, sempre vamos querer remediar tudo.
Seja uma dor nas costas ou uma dor na alma, não importa o quanto o remédio possa futuramente te destruir, todos queremos o alívio imediato, não importa o preço a ser pago, ou se os danos serão reversíveis ou irreversíveis; o que todos queremos é a cura para a dor.
Notem que a religião sempre será procurada, como um analgésico, sempre na hora da dor.
Seja pela perda de um emprego, amor ou ente querido, não importa o quanto nos destrua, desde que o remédio acabe com a dor.
Não queremos resolver o problema da dor nas costas, simplesmente queremos que ela acabe; que se dane o fígado a longo prazo, desde que a dor passe nos próximos cinco minutos.
II
Da mesma forma, acontece com as dores da alma. Queremos o remédio, seja ele etílico ou alterador de consciência. Normalmente, as pessoas que gostam de dar sermões, dizendo que não se pode fazer isso com sua vida, estão na tranquilidade de seus lares, sem problemas, com todas as contas pagas e sem preocupações.
Comentar que o fogo não é assim tão quente, sem nunca ter passado pelo estágio de carvão, é uma hipocrisia tremenda. É muito fácil dar conselhos sobre aquilo que não se viveu; um achismo aflorado sem razão.
Nos momentos de dor, devemos procurar a solução na ampla experimentação, trocando experiências com pessoas que estão vivenciando ou vivenciaram os mesmos problemas que nós enfrentamos hoje.
A cura ideal pode estar na experiência de um irmão que passou pelo mesmo problema que você está trilhando.
III
Quem somos nós para recriminar o que faz nosso irmão nos momentos de dor? O máximo que podemos fazer é oferecer uma palavra de conforto e procurar ajudar de forma que não piore a situação dele.
Curar o corpo ou a alma depende da experiência de quem já o fez, e não de quem só acha.
Quem sente dor precisa de ajuda, e nosso apoio incondicional já é a primeira dose do remédio necessário para com nossos iguais.
Esqueça o véu da religião e procure pessoas e conversas; suas respostas podem estar nessas experiências.
A evolução necessária para esse pensamento seria a procura da cura. Esta pode ser mais demorada e difícil de alcançar, mas é algo muito mais duradouro do que o remédio.
Artigo: Irmão Barbosa
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Este Artigo faz parte do Livro de Toleran. O Livro do Tolerâncialismo.
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