Se um dia o chão se abrir diante de seus pés, e os céus desabarem sobre a sua cabeça, não se assuste: a primavera está próxima. Toda ordem é precedida de caos.
Todo ciclo ruim tem o seu final. As lágrimas impedem a secura de teus olhos para que sua vista não seja prejudicada. Ao final de cada tormenta de choros, existem as águas calmas da felicidade.
Quando os ciclos de nossos sofrimentos se prolongam, existe uma força que nos arrancará de lá. Essa força não costuma ser delicada; age de forma violenta, nos arrancando do meio dos quais estamos sendo injustiçados, deixando enormes cicatrizes que talvez nos acompanhem pelo resto de nossas vidas.
Devemos entender que o “para sempre” não existe, pelo menos neste plano material em que, temporariamente, estamos vivendo.
Acredito que a maior das iluminações do homem é quando ele está preparado para perder qualquer coisa. Muitos se abatem quando se separam, mudam de suas casas, passam a ter menos contato com os filhos. Simplesmente, não imaginavam suas vidas sem aquelas pessoas ao seu lado.
Muitos desestabilizam sua saúde emocional por conta disso. O sentimento de perda machuca a alma e maltrata o corpo. Mas devemos ter a consciência de que nada nos pertence; são pequenos empréstimos existenciais que estão ali apenas por algum tempo.
Quando conseguimos imaginar a nossa vida independente de pessoas, mesmo que doa essa separação, conseguimos seguir adiante e viver novas experiências. A vida segue: novos cenários e novas sensações. Tenha em mente que você é muito maior que as pessoas que estão ao seu lado, suas posses e, até mesmo, seu conjunto particular de crenças.
O mundo só acaba quando você deixa de existir. Enquanto houver fôlego nos seus pulmões e o seu coração continuar batendo, existe vida a ser vivida e coisas a serem celebradas. Nada nesse mundo realmente nos pertence.
Cada minuto deve ser vivido com a ideia de tornar a existência prazerosa. Claro que nem tudo será flores, mas devemos perseguir a ideia de uma vida que nos proporcione felicidade. Quanto menos expectativas você tiver e mais simples puder viver a sua vida, mais a calmaria será uma realidade.
Talvez pareça conflitante a ideia de uma existência prazerosa e uma vida simples. Não será, se você aprender a viver a vida com simplicidade, não exagerar nas expectativas e se contentar com o essencial.
Prepare-se para perder antes da perda. Esse é o grande segredo para suavizar a realidade do teu futuro. Tudo que você ama e tudo aquilo que te faz feliz vai partir um dia. Imaginar uma vida sem as pessoas e as coisas que te proporcionam felicidade é uma maneira de se acostumar frente à perda iminente.
Artigo: Irmão Barbosa
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Este Artigo faz parte do Livro de Toleran. O Livro do Tolerâncialismo.
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