Quem sou eu? Me faço essa pergunta, e sempre vão existir várias respostas. Se alguém me perguntar, posso até começar modesto, mas o ego falará por mim, e exaltará muitas qualidades.
Quem sou eu? Agora eu me pergunto, olho no olho, de frente com o espelho, sem ninguém para observar, concluo: que eu não sou o ator do teatro social, aquele que quero que as pessoas pensem quem eu sou.
Que vive interpretando vários papéis, sempre objetivando ser o papel principal da peça, o bondoso, espírito elevado, caridoso, bom caráter, amigo, sincero, cidadão cumpridor de seus deveres, para o mundo lá fora, eu passo uma imagem perfeita, ou pelo menos é assim que eu fantasio, se enxergam defeitos em mim, isso é a lei do espelho, o problema está neles, assim penso eu por influência de meu ego.
Quando faço algo de errado, a culpa é sempre dos outros, eles poderiam ter feito diferente, engraçado né? Notem que em nosso microcosmos, atuamos como Deus, a verdade que interessa, é sempre aquela que nos beneficia, sempre acharemos o erro em nossos irmãos.
Se alguém colocasse câmeras escondidas, em todos os lugares onde estivéssemos sozinhos, e não soubéssemos, aí estaria o nosso verdadeiro eu.
Aquilo que fazemos, quando estamos sós, mostra quem realmente somos, longe da aprovação ou reprovação da torcida, se manifesta o nosso verdadeiro eu.
Em um existem vários, o pai amoroso com seu filho, convive com o assassino que defenderia a família, caso fosse provocado.
Convivem no mesmo corpo, o honesto e o desonesto, o moralista e o degenerado, a mulher fiel e a prostituta, o religioso e o ateu
Mas afinal, quem sou eu? Sou todos eles, no grande teatro social chamado vida, a interpretação desses papéis, vão aparecendo, conforme o diretor que se chama: ocasião, convoca os atores e atrizes para encenar a peça.
Recusar ou aceitar o convite, depende de cada um, devemos assumir a direção, e passar a dirigir a peça, tentar melhorar nossas atitudes, pensando: estou sozinho, ninguém está me vendo, vou agir como se houvesse uma plateia, mas isso poderia ser um eu forçado, desse maneira, existiriam dois:
O eu do teatro social, e o verdadeiro eu, o que fazer então? O equilíbrio que leve esses dois, a coexistirem em harmonia, seria uma opção sensata.
Quem sou eu? Eu sou um ator em um baile de máscaras, no palco do grande teatro social, quando acaba o show, vou embora sozinho para casa, na solidão se revela meu verdadeiro eu, sem filtros, não estou apto a conviver em sociedade, viva as máscaras, aos perfeitos, minhas mais sinceras desculpas, não consigo ser igual a vocês.
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Artigo: Irmão Barbosa
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