Quem te acolheria no caos?
Imagine o seguinte cenário: você perdeu tudo o que tinha — sua casa, seu carro, seu par, seu dinheiro e sua saúde. Agora, as perguntas mais importantes dessa situação:
Quem lhe proporcionaria abrigo se você perdesse sua casa e não tivesse para onde ir? Acrescente mais um detalhe a essa pergunta: você não tem nada a oferecer a essa pessoa. Ainda assim, ela lhe daria abrigo sem receber nada em troca? Tente fazer uma lista com 10 nomes. Imagine que cada pessoa dessa lista fosse um dedo de sua mão. Será que você conseguiria preencher ao menos os dedos da mão direita?
Agora imagine que a situação piorou: você precisou vender seu carro e nem tem dinheiro para pagar o transporte público. Quem lhe daria carona todos os dias? Faça uma nova lista com 10 pessoas que ajudariam você nesse momento. Foi fácil preencher essa lista ou teve dificuldade para lembrar os nomes?
E se a pessoa que convive com você decidisse terminar o relacionamento, mandando você embora de casa? Quem realmente estaria disposto a ouvir você por horas, se importando genuinamente com sua situação? Quem teria paciência para orientá-lo com calma, com uma conversa focada exclusivamente em ajudar você a resolver seus problemas? Mais uma vez, tente listar 10 nomes.
Agora pense no seguinte cenário: você perdeu todo o seu dinheiro. Quem ajudaria a prover o seu sustento, a pagar suas contas e a oferecer o mínimo conforto até que você conseguisse se reerguer? Se você já ajudou pessoas no passado, inclua-as primeiro nessa lista. Lembre-se: cada dedo de sua mão representa uma pessoa. Você conseguiria preencher todos os dedos das duas mãos?
Por fim, imagine que você perdeu sua saúde. Quem cuidaria de você? Quem visitaria você no hospital? E, quando digo “visitar”, não vale incluir aquelas pessoas que vão apenas uma vez. Assim como você precisa se alimentar todos os dias para viver, as manifestações de carinho devem ser constantes. Quem estaria presente diariamente, visitando você no hospital?
Se você conseguiu preencher ao menos todos os dedos de uma mão, parabéns. Considere-se uma das pessoas mais sortudas do mundo. Das mais de 100 pessoas a quem fiz essa pergunta, muitas não conseguiram preencher sequer os dedos de uma única mão. Algumas sequer preencheram um único dedo em qualquer um dos quesitos citados.
Infelizmente, a vida é assim: somos lembrados enquanto temos algo a oferecer. Quando caímos em desgraça ou não podemos mais ajudar os outros, muitas vezes nos tornamos irrelevantes para aqueles a quem tanto fizemos, viramos um tanto faz para quem a gente tanto fez.
Diferente de muitas religiões e filosofias de vida, o Tolerancialismo prega que você deve buscar sua independência financeira e emocional. Não somos uma religião, mas uma tentativa de filosofia de vida que insiste na importância da autonomia.
Cuide dos seus três templos: material, mental e espiritual. Você é o sumo sacerdote desses templos.
Cuide do templo material: mantenha sua saúde em dia, faça exercícios físicos, alimente-se bem e proteja seu corpo.
Cuide do templo mental: busque sua paz de espírito. Evite imagens de violência e situações de estresse. Não se preocupe excessivamente com a vida. Lembre-se de que tudo é transitório — as alegrias e as tristezas passam.
Cuide do templo espiritual: faça aos outros o que gostaria que fizessem por você. Melhore o dia de quem não pode fazer isso sozinho. Defenda os mais fracos, devolvendo dignidade e esperança àqueles que precisam. Você deve ser o instrumento dessa transformação.
Faça o bem a todos. Se foi injustiçado, não se vingue. Se algo lhe foi negado, não pague com a mesma moeda. Ofereça o bem a quem lhe ofereceu o mal. Perdoe e ame incondicionalmente, sem esperar nada em troca. É assim que você fortalecerá seu templo espiritual.
Artigo: Irmão Barbosa.
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Este Artigo faz parte do Livro de Toleran. O Livro do Tolerâncialismo.
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