Sobre a Transitoriedade da Vida
Todos os tesouros de batalha conquistados no campo material são transitórios. Vão passar de uma mão a outra em um breve período de tempo.
Temos construído prisões em torno da real vida que ocorre lá fora. A parcela do carro e do financiamento da casa são prisões que vão te atormentar próximo ao vencimento da data de pagamento.
Você entrega a oportunidade de viver para poder honrar os pagamentos. Nos próprios bens terrenos que adquiriu, você mesmo está forjando as barras da prisão que o impede de viver.
A cada nova preocupação, menos tempo há para viver uma vida intensa e cheia de novas experiências. A cada novo compromisso, forjas mais uma barra da cela que construiu para si.
O que vale mais? A paz de não ter responsabilidades a serem honradas ou possuir aquilo que desejou, tornando-se escravo do desejo e das preocupações mensais para pagar pelo que comprou?
Todo desejo realizado será substituído pela nova versão atualizada desse mesmo velho desejo. Assim, o grande teatro social da vida o escraviza, mantendo a roda da matrix sempre girando.
Por mais que alcance aquilo que desejou, o tédio da aquisição fará com que procure conquistas maiores. Trabalhará duro novamente para consegui-las, e esse ciclo nunca acaba. De aquisição em aquisição, a verdadeira liberdade lhe será tomada.
Estamos acorrentados em uma caverna, onde diariamente projetam hologramas que nos fazem consumir quilos e quilos de tudo o que não precisaríamos. Somos escravos do consumo, pagando com nossa própria existência por aquilo que nos escraviza por meio do ego.
Estamos presos em um círculo vicioso de compromissos, onde datas devem ser honradas. Para isso, sacrificamo-nos diariamente, e, nesse tempo, a vida passa. Quando menos perceber, já estará no fim dos seus dias, sem ter aproveitado o melhor da vida: a simplicidade de uma existência calma, sem compromissos.
Artigo: Irmão Barbosa.
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Este Artigo faz parte do Livro de Toleran. O Livro do Tolerâncialismo.
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