Sócrates e o Daemon, Vozes ou Inteligências

O grande filósofo Sócrates, tinha contato com uma voz, que lhe orientava, lhe transmitia linhas de pensamentos e vários ensinamentos.

Os discípulos de Sócrates, Platão e Xenofonte, denominaram esse ser de “daemon”, ou seja, um gênio ou inteligência invisível que teria a função de mediar as relações do homem perante o divino.

De forma errada a palavra Daemon, foi traduzida para o grego como demônio, maculando praticamente todas as inteligências, que por ventura viessem a nos instruir.

Sócrates quando criança ouvia uma voz, que lhe aconselhava, a não fazer determinadas coisas, porém, essa voz nunca induziu Sócrates a fazer nada, sendo essa voz apenas conselheira, que lhe mostrava algumas opções, não interferindo de modo algum no seu livre arbítrio, um espírito que não exigia a submissão de Sócrates, apenas lhe servia como conselheiro, a decisão final sempre era tomada por Sócrates.

Oráculos:

Notemos que desde a antiguidade, o homem consultava os oráculos, Sócrates tinha o oráculo de Delfos, aonde disse a célebre frase: “Oh! Homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo e os deuses”.

Hoje nossos oráculos, estão espalhados em vários lugares e com diversos nomes, pode se chamar igreja, sinagoga, mesquita, centro espírita, jogo de ifá, moedas do I-ching, runas, tarô ou baralho cigano.

Não devemos confundir daemons com demônios, os daemons são vozes evoluídas, de espíritos que querem de alguma forma nos ajudar, já os demônios são seres das trevas, os quais barganham em benefício próprio.

Para os evangélicos a voz de Sócrates pode-se chamar espírito santo, anjos, Jesus, para os espíritas são as mensagens trazidas pelos seres de luz, para os praticantes de religiões de matrizes africanas, a voz de Sócrates, pode ser uma conversa com o seu Sete Encruzilhadas, para o ateu pode ser a voz da consciência.

Os Alertas do Daemon para Sócrates.

A libertação de Sócrates:

Sócrates foi finalmente condenado a morte no ano 399 A.C. Num julgamento onde Sócrates foi injustamente acusado de “corromper a juventude”, “não adorar os deuses” e “violar as leis da sociedade ateniense”. Após a condenação, foi obrigado a tomar uma bebida chamada de Sicuta, um veneno que o levaria a morte. Sócrates fez uma admirável e digna defesa, mas o daemon não falou absolutamente nada durante todo o tempo. Sócrates assim explicou o que ocorreu:

“Até hoje, o oráculo familiar, no meu interior (o daemon), sempre se opôs a mim, até mesmo em questões insignificantes, quando eu estava para cometer um engano.

Mas agora, como vocês podem ver, estou face à face com aquilo que geralmente se acredita ser o derradeiro e pior mal.

No entanto, a voz não me deu sinal de oposição, nem quando deixei minha casa esta manhã, nem quando entrei no tribunal.

Ela permaneceu calada enquanto eu falava e ante tudo o que eu pretendia dizer. Em outras ocasiões, ela me fez parar até no meio de um discurso.

Agora, porém, ela não se opôs a nada do que eu disse ou fiz nesse assunto. Como posso explicar isso? Deixem-me dizer-lhes: considero o seu silêncio como uma aprovação do que estou dizendo.

Os sinais costumeiros, por certo, opor-se-iam a mim, estivesse eu caminhando em direção ao mal, melhor do que ao bem. Meu fim, que se aproxima, não está acontecendo por acaso. Vejo, muito claramente, que morrer e pela morte ser libertado será melhor para mim; e mesmo, o oráculo não me deu nenhum sinal.”

Concluo que Sócrates, decepcionado com o ser humano, tenha escolhido a morte como maneira de libertação do plano terreno.

Quem nunca no meio do percurso decidiu mudar o caminho, ou simplesmente no meio de uma ação decidiu mudar a estratégia, tomou uma atitude diferente por conta de um pensamento, que repentinamente veio a sua cabeça sem nenhuma explicação, uns chamam de anjo da guarda, espíritos protetores, ou mesmo antepassados.

Porque simplesmente não aceitamos, que existem forças inteligentes, que querem e podem nos guardar, sem querer nada em troca, esses seriam os Daemons formas evoluídas diferentemente dos demônios, que visam barganhas em detrimento próprio.

Além de outras grandes personalidades da História, como Joana Darc, o filósofo grego Sócrates ouvia frequentemente uma voz que lhe transmitia mensagens e ensinamentos.

Dizem que ele ouviu e obedeceu à voz dessa presença invisível até o momento de sua morte. Sócrates nunca escondeu esse fenômeno de ninguém, com receio de ser chamado de louco.

Muito provavelmente, psiquiatras e psicólogos modernos vão dizer que Sócrates sofria apenas do que a psiquiatria chama de alucinações auditivas. mas será que o filósofo que foi um divisor de águas na filosofia grega, tendo separado a História dos filósofos em Socráticos e pré-socráticos era apenas um homem que alucinava?

Os estudiosos do espiritualismo, misticismo e esoterismo dirão que Sócrates teve contato com alguma entidade espiritual.

Essa entidade era chamada na época de daemon. Os discípulos de Sócrates, Platão e Xenofonte, denominaram esse ser de: “daemon”, ou seja, um gênio ou inteligência invisível que teria a função de mediar as relações do homem perante o divino. Essa palavra grega foi equivocadamente traduzida como “demônio”. O Daemon de Sócrates nada tem a ver com demônios, seres devotados unicamente ao mal, tal como eram concebidos pela Igreja Católica.

Sócrates dizia que “Desde que eu era uma criança, uma voz impediu-me de fazer coisas. Contudo, ela nunca me induziu a fazer nada”. Isso significa que o seu daemon, ou daimon, nunca teve a intenção de interferir em seu livre arbítrio, não procurou alterar a sua vontade consciente e nunca lhe deu ordens do que se deve ou não fazer.

Parece que o daemon apenas sugeria, orientava ou transmitia ensinamentos sobre o que lhe convém e o que não lhe convém. Nesse aspecto reside em uma evidência de que o daemon era, de fato, um espírito depurado, livre de desejos de mando ou de qualquer busca por poder, ou submissão dos seres humanos.

É provável que se tratasse de uma entidade voltada para o bem e o amor. Por isso motivo, Sócrates, que lhe seguia as orientações, tornou-se o grande filósofo grego, um amante da sabedoria e da busca pela verdade.

Sócrates revelou a Platão que a influência do daemon sobre ele havia sido “colocado sobre mim pela Divindade, pelos oráculos, pelos sonhos e por todos os outros meios pelos quais os decretos divinos são transmitidos ao homem”. Ou seja, havia diversas formas do seu daemon se manifestar, seja através dos oráculos, dos sonhos e por outros meios.

Foi no famoso Oráculo de Delphos que Sócrates leu a frase que ecoaria sagrada mesmo muitos séculos depois “Oh! homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses”. Parece que Sócrates gostava de frequentar os oráculos e retirar deles o néctar de sabedoria. Na (obra) Simpósio, Sócrates menciona a Platão que foi a Sacerdotisa Diotima de Mantinea que o iniciou nos conhecimentos e na genealogia do amor. Parece que os ensinamentos da sacerdotisa estão no cerne do conceito platônico de amor.

As orientações do daemon se confirmaram verdadeiras em várias ocasiões, tal como é relatado pelos seus discípulos. Certa vez, Sócrates conhecia um rapaz chamado Charmines,que estava pronto para participar de uma competição esportiva. Sócrates advertiu Charmines que não participasse do evento, pois, uma voz o havia informado que algo ruim iria ocorrer. Mas Charmines, ignorando os apelos de Sócrates, resolveu competir. Durante os jogos sofreu uma séria lesão.

Em outra ocasião, Timarco estava bebendo com Sócrates e logo depois iria cometer um assassinato.

Sócrates disse a Timarco que não fosse, pois, seu daemon o havia informado que isso lhe traria algum infortúnio. Mas Timarco saiu e logo em seguida foi morto.

Uma situação engraçada que ocorreu, com a ajuda do seu daemon, é relatada por Plutarco, um historiador antigo. Certa vez, enquanto caminhava junto com os discípulos num campo, Sócrates subitamente parou de andar, por causa do aviso que recebeu de seu daemon para que se detivesse onde está e não continuasse.

Os discípulos prosseguiram em sua caminhada, mesmo com Sócrates parado. Logo, logo, eles foram cercados por uma vara de porcos enlameados. Eles ficaram todos sujos de lama e retornaram ao mestre rindo.

Sócrates foi finalmente condenado a morte no ano 399 A.C, num julgamento onde Sócrates foi injustamente acusado de “corromper a juventude”, “não adorar os deuses” e “violar as leis da sociedade ateniense”.

Após a condenação, foi obrigado a tomar uma bebida chamada de Sicuta, um veneno que o levaria a morte. Sócrates fez uma admirável e digna defesa, mas o daemon não falou absolutamente nada durante todo o tempo. Sócrates assim explicou o que ocorreu:

“Até hoje, o oráculo familiar, no meu interior (o daemon), sempre se opôs a mim, até mesmo em questões insignificantes, quando eu estava para cometer um engano. Mas agora, como vocês podem ver, estou face a face com aquilo que geralmente se acredita ser o derradeiro e pior mal.

No entanto, a voz não me deu sinal de oposição, nem quando deixei minha casa esta manhã nem quando entrei no tribunal. Ela permaneceu calada enquanto eu falava e ante tudo o que eu pretendia dizer.

Em outras ocasiões, ela me fez parar até no meio de um discurso. Agora, porém, ela não se opôs a nada do que eu disse ou fiz nesse assunto.

Como posso explicar isso? Deixem-me dizer-lhes: considero o seu silêncio como uma aprovação do que estou dizendo. Os sinais costumeiros, por certo, opor-se-iam a mim, estivesse eu caminhando em direção ao mal, melhor do que ao bem.

Meu fim, que se aproxima, não está acontecendo por acaso. Vejo, muito claramente, que morrer e pela morte ser libertado será melhor para mim; e mesmo, o oráculo não me deu nenhum sinal.”

A pergunta final: Daemons são Inteligências superiores, ou vozes na cabeça do homem?

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Artigo: Irmão Barbosa