Zona de conforto.

A sociedade cria pessoas doentes, ao impor a elas padrões quase que inalcançáveis, a famosa frase: Você tem que sair da sua zona de conforto, instiga seus interlocutores, ao flerte com o futuro sofrimento.

Imagine que estar em sua zona de conforto, lhe proporcionará o regozijo com as coisas que você já conquistou, ao desfrutar de uma vida tranquila e sem muitas preocupações.

Ao eterno ciclo de sempre sair da sua zona de conforto, pessoas têm ficado doentes, por querer conquistar, conquistar e conquistar. O desejo de ter coisas melhores toda hora, torna aquele que deseja, escravo do sistema.

Entregará os melhores anos de sua vida com o trabalho, perderá os melhores anos que poderia desfrutar com sua família, entregará o seu maior capital em troca de coisas materiais, o tempo não volta atrás e não tem dinheiro, que consiga comprar esse ativo tão precioso.

As pessoas não querem apenas um carro, elas querem o carro melhor do que o carro do vizinho, não querem apenas uma casa para morar, querem a casa melhor do que a do amigo deles, apenas para a manifestação do seu ego, querem ser melhores que seus semelhantes.

Essa cultura capitalista, está adoecendo pessoas saudáveis, tirando a paz de espírito e aprisionando o ser humano.

Após conseguir o que se tanto deseja, a sociedade lhe impõe a ditadura do padrão, aonde o que foi conquistado não basta, sempre tem que vir o próximo passo, e depois o próximo, e depois o próximo. A Matrix exige esse movimento, para que você pague as contas do sistema.

Uma vez vi um diálogo muito interessante, entre um empresário e o mendigo. O empresário chegava em seu escritório, e toda amanhã encontrava o mendigo na calçada, o empresário foi dar esmolas para o mendigo, e este fez a seguinte reflexão:

Doutor, todo dia o senhor está aqui trabalhando não é?, O empresário respondeu: sim preciso manter esse carro meu escritório e todos os meus bens, o mendigo disse:

Dr quem está preso? Eu aqui na rua, ou o senhor todo dia cumprindo a jornada atrás das grades do seu escritório. O mendigo está em sua zona de conforto, faz o que quer e na hora que bem entender, sem patrão ou clientes que lhe cobrem diariamente, quando consegue um bom marmitex, este se deleita como se fosse um banquete.

Já o empresário, tem muitas pessoas o cobrando o tempo todo, já enjoou da churrascaria, e dos bons restaurantes que vai o tempo todo, este é escravo do sistema, que toda hora o tira de sua zona de conforto.

Se analisarmos cuidadosamente, e buscarmos o meio termo entre esses antagônicos, podemos tirar uma lição valorosa nessa parábola.

Que tal sermos felizes com aquilo que temos. Aproveitar tudo aquilo que conquistamos. Ser feliz com nossas conquistas, ao invés de dar o próximo passo, contemplarmos tudo aquilo que conseguimos, este comportamento eliminará grande parte de nosso sofrimento.

Devemos ter um bom período de recesso, e contemplar tudo aquilo que conquistamos, antes de pensar no próximo passo, calcular as benesses

versos as aporrinhações que teremos, antes de pensarmos em sair novamente de nossa zona de conforto, se a somatória do cálculo foi mais problemas do que satisfação, fique e aprecie as suas conquistas.

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Artigo: Irmão Barbosa